
Em maio/24, a participação da carne brasileira no ranking chinês de importação foi de 42,13%, ante a fatia de 23,03% ocupada pela proteína dos hermanos argentinos, apontou os dados da GACC e Agrifatto
O Brasil é o maior exportador de carne bovina para a China, superando de longe a Argentina, o segundo principal fornecedor mundial da proteína ao país asiático. Segundo dados oficiais divulgados pela GACC e destacado no relatório semanal da consultoria Agrifatto, em maio/24, a participação da carne bovina brasileira (industrializada, in natura e processada) no ranking chinês de importação foi de 42,13%, um aumento de 2,2% sobre o resultado de abril/24, de 39,84%.
Entretanto, o setor de exportações de carne bovina para a China continua enfrentando desafios, conforme destacado em recente relatório da Agrifatto. Apesar de uma percepção de leve melhoria no ambiente comercial e um crescente interesse por parte dos compradores chineses, a pressão sobre os preços se mantém intensa. De acordo com um trader regional, os importadores “continuam pressionando” para negociar a redução nos valores de compra, o que tem dificultado a concretização de novos negócios.
Recentemente, as ofertas chinesas para a compra de dianteiro variaram entre US$ 4.100/t e US$ 4.500/t, valores consideravelmente inferiores aos desejados pelos exportadores. No entanto, a pressão de oferta atual tem forçado a aceitação desses preços mais baixos.
“As últimas ofertas da China para compra de dianteiro foram em US$ 4.100/t a US$4.500/t, um preço bem menor do que os exportadores gostariam, mas que, diante da pressão de oferta atual, está tendo efetividade”, afirmam os analistas da Agrifatto.
A carne bovina brasileira é uma das mais competitivas no mercado internacional, em razão da bons estoques de disponíveis, do câmbio altamente favorável (forte desvalorização do real frente ao dólar) e do baixo preço da matéria-prima (boi gordo).
Brasil, o maior exportador de carne bovina
Os dados de importação divulgados pelo governo chinês relativos a maio de 2024 indicam uma compra de 238,25 mil toneladas de carne bovina, um aumento de 4,50% em relação a abril de 2024 e de 30,24% comparado ao mesmo mês do ano anterior. Nos primeiros cinco meses do ano, as importações chinesas de carne bovina totalizaram 1,25 milhão de toneladas, representando um crescimento de 23,40% em relação ao mesmo período de 2023.
O Brasil permanece como o principal fornecedor de carne bovina para a China, com 100,4 mil toneladas exportadas, o que representa 10,5% do total. A Argentina segue em segundo lugar, com 54,9 mil toneladas (22,3%), e o Uruguai com 20,0 mil toneladas, uma redução de 3,9% em relação ao período anterior. O preço médio pago por tonelada de carne importada pela China foi de US$ 4.740/t, valores que são 2,6% menores que em abril de 2024 e 14,2% abaixo do registrado em maio de 2023.
Participação dos países exportadores de carne bovina nas importações chinesas em maio/24 (Fonte: GACC e Agrifatto)
- Brasil – 42%
- Argentina – 23%
- Uruguai – 8,4%
- Austrália – 7,8 %
- Nova Zelândia – 6,1%
- EUA – 5,7%
- Bolívia – 3,5%
Cotações atuais do boi gordo (US$/@) nos países fornecedores (Fonte: Faxcarne; Cepea; Agrifatto)
- Brasil – 41,5
- Paraguai – 45,0
- Chile – 52,2
- Austrália – 54,0
- Argentina – 54,2
- Uruguai – 57,8
- Nova Zelândia – 60,6
- Colômbia – 65,9
- União Europeia – 82,7
- EUA – 102,8
*Referência São Paulo
Este panorama reforça os desafios contínuos que os exportadores de carne enfrentam no mercado chinês, mesmo diante de uma demanda robusta e crescente.
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