Castração de Mulas por vídeo é tema de pesquisa

Equipe da Unesp de Botucatu (SP) estuda efeitos da castração dos animais. Retirada dos ovários interrompe produção de hormônios.

As mulas chegaram ao Brasil na época da colonização. Elas foram trazidas da Europa e ganharam reconhecimento por serem mais rústicas no trato em comparação com o cavalo e por terem uma passada mais macia para quem monta.

Por ser uma espécie híbrida, resultado do cruzamento do jumento com a égua, a mula é estéril. Mas apesar de não conseguir se reproduzir, entra no cio e, nessa fase, o comportamento dela muda.

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Técnica cirúrgica ajuda a deixar mulas mais calmas (Foto: TV TEM)

Altamiro Rosan lida com mulas há mais de 15 anos e diz que, durante o período de cio, elas ficam muito estressadas, sensíveis e tentam fugir constantemente. Para mudar isso, uma equipe da Faculdade de Medicina Veterinária da Unesp de Botucatu (SP) desenvolveu um estudo que está facilitando a vida de quem convive com as mulas.

O professor Celso Rodrigues é o coordenador do trabalho. O especialista explica que uma solução eficiente é a castração que, nesse caso, significa a remoção dos ovários, órgão em que os hormônios sexuais são produzidos.

A equipe da Unesp fez uma parceria com um grupo de óptica da USP de São Carlos, que desenvolveu equipamentos específicos para a cirurgia de retirada dos ovários. O projeto recebeu apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo.

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A técnica utilizada pelo grupo é a vídeocirurgia. Durante o procedimento, três pequenos furos são feitos no corpo do animal. A pelagem não é modificada depois da cirurgia e o bicho não perde valor de mercado.

O animal pode voltar às atividades normais em um mês. Outra vantagem é que o equipamento cirúrgico pode até ser levado para a propriedade rural, desde que as condições do local permitam o trabalho. Oito mulas já foram esterilizadas e todas responderam bem ao pós-operatório.

Wagner Castro Conceição tem um sítio de 16 hectares. Ele é dono da Morgana, uma mula que passou pelo procedimento, e diz que toda vez que ela entrava no cio, o transtorno era grande. Depois da castração, o comportamento mudou, para alegria do criador.

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Reprodução do site G1

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