Cerâmicas de 7 mil anos mostram quem foram os pioneiros na pecuária leiteira

Analisadas por estudiosos da Universidade de York, as peças datam do período Neolítico e ajudam a compreender a alimentação da população da época

Um estudo publicado na revista Nature Communicat, revelou que os britânicos antigos foram os primeiros agricultores a criar vacas. E o mais interessante, é que, apesar da proximidade da costa do Atlântico eles preferiam alimentos lácteos a animais marinhos. O objetivo do estudo internacional realizado por cientistas da Universidade de York era de entender melhor os costumes alimentares das civilizações Neolíticas da Europa. Na pesquisa, os estudiosos analisaram restos orgânicos deixados em peças de cerâmica que remontam há mais de 7 mil anos. Os diversos artefatos foram encontrados em 24 locais do Neolítico Primitivo espalhados por toda a Europa.

Pioneiros na pecuária leiteira

Segundo a pesquisa, morando na extensão da costa atlântica da Europa, essas pessoas foram os primeiros a ter o hábito de criar vacas para se alimentar do leite e, possivelmente, de derivados dele. De acordo com os resultados, 80% das cerâmicas – encontradas na área que hoje são a Grã-Bretanha e a Irlanda – continham produtos lácteos. Já, os artefatos descobertos em Portugal e na Espanha apresentavam restos orgânicos de ovelhas e uma quantidade bem inferior de leite.

Por esse motivo a teoria de que os agricultores neolíticos do norte sentiam a necessidade dos benefícios nutricionais do leite, e com o alimento, possuíam o suficiente para sobreviver aos climas mais severos da região.

E, apesar de próximos da costa do Atlântico, foi descoberta poucas evidências de alimentos marinhos nas cerâmicas, ou seja, eles preferiam consumir leite do que pescar.

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Foto: Divulgação

Estudo revela que Africanos já bebiam leite há 5 mil anos

Outro estudo, este realizado por universidades do Reino Unido e dos Estados Unidos, revelou a importância do leite como alimento para pastores da África Oriental há cerca de 5 mil anos. Com isso dá a entender o conceito de que o consumo do leite está interligado com a evolução humana.

Segundo a professora assistente de antropologia da Universidade da Flórida e coautora do artigo científico, Katherine M. Grillo, a importância da descoberta é que talvez seja a primeira evidência direta que já tivemos para o processamento de leite ou plantas pelas antigas sociedades pastoris no leste da África.

Os registros de resíduos lipídicos orgânicos foram encontrados após escavações em cerâmicas encontradas no leste da África, local que é hoje os países da Tanzânia e Quênia. Os rastros apontaram evidências de processamento de carne, plantas e leite.

A região já era conhecida pela criação de gado e modo de vida no leste africano há cerca de 5 mil a 3 mil anos. E, segundo os pesquisadores, os vestígios surpreendem pelo hábito do ser humano conseguir interpretar que o consumo do leite de vaca fresco era uma composição nutritiva, antes mesmo de poder comprovar isso.

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