China abre mercado para cinco novos produtos agropecuários do Brasil

Abertura para miúdos de frango, carne de pato e carne de peru amplia pauta exportadora com principal parceiro da proteína animal do Brasil; Trabalho sólido de negociação pelo Ministério da Agricultura é forte e, por isso, China abre mercado para cinco novos produtos

O Brasil acaba de conquistar mais espaço no maior mercado do mundo para o agronegócio. A China abre mercado para a importação de cinco novos produtos agropecuários brasileiros: grãos secos de destilaria (DDGs, subproduto do etanol de milho), farelo de amendoim, miúdos de frango (como coração, fígado e moela), carne de pato e carne de peru. A confirmação foi feita pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, em publicação nas redes sociais, durante missão oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao país asiático.

As aberturas de mercado, antecipadas pelo Broadcast Agro, foram oficializadas com a assinatura de protocolos bilaterais entre o Ministério da Agricultura e a Administração Geral das Alfândegas da China (GACC). Segundo Fávaro, também foi firmado um memorando de entendimento sobre medidas sanitárias e fitossanitárias, fortalecendo a cooperação entre os dois países.

“São três acordos firmados entre o Ministério da Agricultura e a Administração Geral das Alfândegas da China (GACC). Isso representa a abertura de cinco novos mercados para a agropecuária brasileira”, afirmou Fávaro. “Chegamos a 362 mercados abertos para o agronegócio brasileiro”, completou.

Ampliação da pauta exportadora de proteínas

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) celebrou a notícia, destacando a abertura como uma oportunidade concreta de diversificação da pauta exportadora. Em 2024, mais de 770 mil toneladas de carne de frango e suína foram destinadas à China, consolidando o país asiático como o principal destino das proteínas brasileiras.

Agora, com a autorização para miúdos de frango, carne de pato e de peru, o presidente da ABPA, Ricardo Santin, vê novos caminhos se abrindo:

“Essa é uma verdadeira conquista amplamente negociada pelo ministro Fávaro e seus secretários Luís Rua e Carlos Goulart. É um resultado direto desta missão, que mostra, também, a confiança chinesa na capacidade brasileira de fornecer produtos de alta qualidade, com sanidade e em oferta adequada ao mercado”, declarou Santin, que participa da missão.

China abre mercado: Expectativas e negociações em andamento

Como já sinalizado na última semana pelo Broadcast Agro, o setor aguardava a liberação especialmente dos DDGs, que estavam em estágio de “negociação técnica avançada”. A confirmação reforça o interesse crescente da China em insumos agroindustriais do Brasil, ampliando os canais comerciais entre os dois países.

Outros temas prioritários da missão presidencial envolvem questões estruturais, como a revisão do protocolo de exportação de carnes, assinado em 2015, que prevê suspensão total das vendas em caso de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), o chamado “mal da vaca louca”. O Brasil propõe a regionalização dos embargos, ou seja, limitar a suspensão às áreas afetadas, enquanto a China discute a flexibilização conforme a idade do animal.

Há também avanços em temas como a sincronia para aprovação de transgênicos (biotecnologia), que vêm sendo discutidos por meio de memorandos de entendimento.

China segue como principal destino do agro brasileiro

A pauta agropecuária entre Brasil e China é extensa e inclui mais de 50 itens em negociação, reflexo da parceria consolidada entre as duas potências. Em 2024, as exportações brasileiras para o país asiático somaram US$ 49,7 bilhões, com destaque para soja, carnes, produtos florestais e algodão.

China abre mercado para novos produtos e, com isso, o Brasil reforça sua posição estratégica como fornecedor global de alimentos e insumos agroindustriais, ampliando as oportunidades para diferentes cadeias produtivas.

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