China adia decisão sobre importações de carne bovina e mantém vantagem para o Brasil

Extensão de investigação até novembro preserva mercado da carne bovina e evita restrições que poderiam afetar 46% das exportações brasileiras

O governo chinês decidiu prorrogar por mais três meses a investigação sobre as importações de carne bovina, iniciada em dezembro de 2024. A medida, que agora se estende até 26 de novembro de 2025, traz alívio para grandes exportadores como Brasil, Argentina, Austrália e Estados Unidos, que temiam restrições capazes de abalar o comércio global da proteína.

Segundo o Ministério do Comércio da China, a decisão foi tomada devido à complexidade do caso, com a promessa de manter diálogo constante com os países envolvidos. Para especialistas, o movimento sinaliza que Pequim busca um equilíbrio entre a proteção da indústria doméstica e a necessidade de evitar tensões comerciais internacionais.

Peso da China no mercado da carne bovina

A China é, disparado, o principal comprador de carne bovina brasileira, absorvendo 46% de toda a proteína exportada pelo país. Em 2024, o setor faturou US$ 12,8 bilhões apenas com as vendas para o mercado chinês.

Em 2024, o país asiático importou 2,87 milhões de toneladas de carne bovina, mas as compras registraram uma queda de 9,5% no primeiro semestre de 2025. Esse recuo acendeu o alerta entre exportadores, que temiam medidas protecionistas e novas barreiras sanitárias.

Cenário global e impacto no Brasil

Para o Brasil, a decisão representa fôlego extra para manter os embarques no ritmo atual, especialmente em um momento de recuperação dos preços do boi gordo e crescimento da demanda internacional. Caso as restrições fossem antecipadas, haveria risco de sobreoferta no mercado interno e pressão negativa sobre as cotações.

Analistas também destacam que a extensão da investigação pode ser usada pela China como estratégia de negociação comercial com seus principais fornecedores, garantindo melhores condições de compra e manutenção da estabilidade no abastecimento interno.

Próximos passos

A expectativa agora é que, até novembro, Brasil e demais países exportadores intensifiquem o diálogo com Pequim, buscando assegurar a continuidade dos embarques sem imposição de barreiras. Ao mesmo tempo, a indústria brasileira segue investindo em qualidade, rastreabilidade e adequação sanitária, fatores essenciais para preservar o espaço conquistado no maior mercado de carne bovina do planeta.

Compre Rural com informações do Safra News

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