O mercado chinês é hoje o maior importador de alimentos e, um ano após enviar a primeira carga de leite em pó para a China, os asiáticos visitam a CCGL e reanimam as negociações!
A China tornou-se atualmente o maior importador mundial de produtos alimentares. Mesmo que os asiáticos estejam do outro lado do globo, e perto do maior exportador de lácteos do mundo – Nova Zelândia, tende a ampliar suas importações de derivados lácteos em 80% nos próximos dez anos, entre 2021 e 2031, as compras poderão alcançar 35,8 milhões de toneladas (equivalente leite). A CCGL fez a primeira exportação de lácteos em 2021 e, nas últimas semanas, recebeu uma visita de seus parceiros comerciais no país asiático!
É preciso pontuar que o mercado chinês é agora um novo consumidor de produtos lácteos brasileiros. Com isso, 33 estabelecimentos estão habilitados a exportar leite em pó, queijos, manteiga e leite condensado para a China. Um ano após enviar a primeira carga de leite em pó para a China, os asiáticos visitam a CCGL e reanimam as negociações!
Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a China é o maior importador de lácteos do mundo, comprando por ano 800 mil toneladas de leite em pó, o que ultrapassa em 200 mil toneladas a produção brasileira do produto. E aqui está um dos desafios da pecuária leiteira moderna: produzir mais e melhor para atender à demanda de grandes mercados.
O mercado chinês também é um grande importador de queijos. Em 2018, comprou 108 mil toneladas do lácteo; nos últimos 5 anos, o crescimento de importações desse tipo foi de 13% ao ano. A Associação Brasileira de Laticínios (Viva Lácteos) estima que a abertura do mercado chinês propiciará a exportação de US$ 4,5 milhões em produtos lácteos.
Os laticínios brasileiros começaram a ser habilitados em 2019 para exportar para a China, mas a certificação estava acordada com o país asiático desde 2007. Atualmente, 33 empresas têm o aval para comercializar com os chineses. A abertura desse canal deve reaquecer o setor, que vêm sofrendo com queda nos preços do litro do leite e concorrência de produtos importados dos vizinhos sul-americanos.
Laticínios miram oportunidades no mercado chinês
Um ano depois de realizar sua primeira exportação de lácteos para a China, a Cooperativa Central Gaúcha Ltda (CCGL) recebeu neste mês uma visita de seus parceiros comerciais no país asiático. Por condições mercadológicas – o preço do produto brasileiro não é competitivo agora -, novos negócios não foram fechados. Mas, de olho no futuro, o contato foi constante em 2022.
Entretanto, para viabilizar a venda e a exportação para a China, a CCGL precisou se adequar às burocracias e exigências sanitárias de Pequim, que exigiram paciência e investimentos em manejo, registro, acompanhamento e rastreabilidade.
A carga exportada incluiu leite em pó integral, leite em pó desnatado e leite em pó zero lactose – item que exige aplicação de muita tecnologia e pode ser interessante para o público chinês, diz o presidente da central. “O objetivo da primeira exportação é ter o produto na China para podermos trabalhar comercialmente. Abrimos um canal com o maior mercado consumidor do mundo”, afirmou Vianna, que não revelou o valor da negociação.
A meta é conseguir um desempenho semelhante ao alcançado na Rússia, cujo mercado foi aberto em 2014. Hoje, quatro contêineres são enviados por mês aos russos, com produtos de alto valor agregado. “Vamos conquistando o gosto dos consumidores estrangeiros aos poucos”, disse Gustavo Beduschi, diretor executivo da Associação Brasileira de Laticínios (Viva Lácteos).
Desafios do setor para aumentar as exportações do leite brasileiro
Segundo a publicação Desafios para a exportação brasileira de leite, produzida pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o setor precisa aumentar a produtividade e a qualidade dos produtos para conseguir ter maior competitividade.
De acordo com o documento, a falta de escala produtiva e a ineficiência na produção e no processamento impactam diretamente a formação de preços do produto brasileiro.
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Outro aspecto que merece atenção é a qualidade do produto. Segundo os especialistas ouvidos pelo BNDES para a elaboração do estudo, é necessário que sejam criadas políticas de incentivo à qualidade via preço, ou seja, pagar mais para quem oferecer produtos que atendam a parâmetros de qualidades definidos. Em relação a isso, também foi citado que é importante que os medidores de qualidade internacionais sejam adotados pelos produtores brasileiros para que haja mais chances de melhorar as exportações.
Políticas públicas também precisam ser modificadas, e o documento aponta que ações para que os produtores menos eficientes possam melhorar seus processos devem substituir as atuais indicações de proteção a quem produz menos.
Além desses desafios, o documento aponta a necessidade de coordenar e integrar todos os atores da cadeia produtiva: produtores, fornecedores de insumos, operadores logísticos, indústrias de processamento, atacadistas e varejistas. Quando todos os envolvidos atuam de forma mais integrada, o resultado é encontrado em mais eficiência e maior competitividade, justamente o que o setor precisa.
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