China compra US$ 41 bilhões em produtos agropecuários

Gigante asiática mostra seu poder! O Brasil segue se consolidando como um dos principais players do mercado internacional em commodities agropecuárias.

A balança comercial do agronegócio fechou 2021 com superávit de US$ 105,01 bilhões, 19,8% superior ao verificado em 2020 (tabela 1).1 Os demais setores da economia terminaram 2021 com déficit de US$ 43,8 bilhões, US$ 6,6 bilhões maior se comparado com o ano anterior. O resultado do agronegócio foi consequência do recorde histórico nas exportações – US$ 120,5 bilhões nos últimos doze meses (gráfico 1), o que representa crescimento de 19,7% diante de 2020 e de 19,1% diante de 2018, antigo recorde brasileiro.

O bom desempenho do setor em valor foi impulsionado sobretudo pela recuperação dos preços internacionais dos principais produtos exportados pelo Brasil.

A China manteve o posto de principal mercado do agronegócio brasileiro em 2021. O total de exportações ao país foi de US$ 41,02 bilhões. Um crescimento de 20,6% em relação a 2020. Os dados são do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).

As importações brasileiras do agronegócio também apresentaram alta de 18,9% diante de 2020, fechando 2021 com U$ 15,5 bilhões. Apesar da alta, o total importado ano passado ficou abaixo do apresentado entre 2011 e 2014 – período de boom das commodities agropecuárias que levou a um grande aumento da importação de insumos para o setor (gráfico 2).

Para as exportações brasileiras, 2021 foi um ano de recuperação de preços. Todas as quinze commodities acompanhadas pela Dimac/Ipea (tabela 2) apresentaram alta nos preços médios em relação ao ano passado, sendo onze acima de 15%, seis acima de 20% e duas acima de 50%. O setor vinha acompanhando altas consecutivas nos preços internacionais de várias commodities desde janeiro de 2020, no entanto, essas altas não eram percebidas em igual magnitude pelo exportador brasileiro até 2021.

Vale dizer que, dos quinze produtos, o que se observa é um movimento de recuperação de preços, já que apenas o preço médio da carne bovina passou a máxima histórica.

Veja abaixo a porcentagem que a China detém entre os principais produtos importados do Brasil:

Para Ana Cecília Kreter, autora do levantamento e pesquisadora associada do Ipea,o mercado aquecido foi um dos fatores de impacto para o crescimento. “Temos um mercado aquecido, com muita incerteza, e países resolveram aumentar seus estoques”, afirma. 

China é a o maior destino do produtos agropecuários

O Brasil seguiu 2021 consolidado como um dos principais players do mercado internacional em commodities agropecuárias. Estimativas do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (United States Department of Agriculture – USDA) para a safra 2020-2021, no caso dos grãos, e para 2021, no caso das proteínas animais, apontam que o país se manteve em praticamente todas as posições anteriores.

A China seguiu sendo o principal destino comercial do agronegócio brasileiro. Os embarques para o país asiático somaram US$ 41,02 bilhões em 2021, alta de 20,6% em relação a 2020. Apesar de a elevação da participação do país na pauta de exportação ter sido marginal – de 33,8% em 2020 para 34,0% em 2021 – para commodities específicas, os embarques para a China são bem mais representativos (tabela 12).

Entre os principais produtos importados do Brasil, destaque para soja em grãos (70,2%), carne bovina (39,2%), celulose (43,4%), açúcar (15,6%), carne suína (47,7%), carne de frango (14,3%) e algodão (28,9%).

Em 2022, além das boas estimativas de produção, a agregação de valor aos produtos brasileiros pode abrir potencial para que se ampliem ainda mais as contribuições do agronegócio para a economia brasileira.

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