A medida foi solicitada por produtores chineses, que alegam que o aumento das importações tem causado prejuízos à produção local. A investigação terá duração inicial de oito meses, com possibilidade de prorrogação, e poderá resultar na aplicação de novas tarifas ou restrições às importações.
O setor de carne bovina brasileira foi surpreendido na última semana com a abertura de uma investigação de salvaguardas pela China, principal destino das exportações do produto brasileiro. A apuração, anunciada pelo Ministério do Comércio chinês, abrange as importações de carne bovina de todos os países, incluindo o Brasil, e irá analisar o período de 2019 ao primeiro semestre de 2024.
A medida foi solicitada por produtores chineses, que alegam que o aumento das importações tem causado prejuízos à produção local. A investigação terá duração inicial de oito meses, com possibilidade de prorrogação, e poderá resultar na aplicação de novas tarifas ou restrições às importações.
O que está em jogo para o Brasil?
A China é o principal destino da carne bovina brasileira, representando 41,1% do total exportado em 2024. Entre janeiro e novembro, o Brasil enviou mais de 1 milhão de toneladas do produto para o país asiático. Atualmente, as exportações brasileiras estão sujeitas a uma tarifa de 12%, que permanece vigente, já que não foram adotadas medidas preliminares pelo governo chinês.
China pode taxar a carne brasileira? Sim, a China pode taxar a carne brasileira, pois está investigando a importação de carne bovina brasileira, mas ainda não há nada no radar!
A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) e a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo) destacaram que o comércio com a China segue normalmente, mas reconhecem que o momento requer atenção. Para a Abiec, a carne bovina brasileira é um “produto de alta qualidade que segue rigorosos padrões de sanidade e segurança”. A entidade reforça seu compromisso de cooperação com as autoridades brasileiras e chinesas durante o processo investigativo.
Já a Abrafrigo ressaltou a importância da China como parceiro estratégico e acredita em uma solução equilibrada que contemple os interesses de ambos os mercados. Apesar das incertezas, a entidade garantiu que “o comércio de carne bovina prossegue normalmente”.
Resposta do governo brasileiro
Os Ministérios da Agricultura, do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e das Relações Exteriores (MRE) emitiram uma nota conjunta afirmando que “não há qualquer medida preliminar em vigor” e que a tarifa de 12% permanece. O governo brasileiro reforçou que a investigação não é direcionada exclusivamente ao Brasil, mas engloba todos os exportadores de carne bovina para a China.
A nota destaca o compromisso de trabalhar em conjunto com o setor exportador para demonstrar que a carne bovina brasileira não prejudica a indústria chinesa, mas complementa a produção local. Além disso, o governo reafirmou seu empenho em defender os interesses do agronegócio brasileiro, mantendo um diálogo construtivo com o principal parceiro comercial do Brasil.
Impactos para o setor e próximos passos
A investigação gera incertezas para o setor, especialmente devido à dependência do mercado chinês. Qualquer aumento tarifário ou limitação às importações pode impactar os preços e volumes exportados, pressionando as margens dos frigoríficos e pecuaristas brasileiros.
Por outro lado, especialistas apontam que o Brasil possui um histórico de relações sólidas com a China e que a qualidade da carne bovina brasileira é um diferencial competitivo. O setor está mobilizado para fornecer todas as informações necessárias e buscar uma solução que preserve o fluxo comercial.
A preocupação dos produtores chineses
A investigação foi motivada por associações de pecuaristas da China, que alegam que o aumento das importações está afetando a competitividade da indústria local. Em resposta, o governo chinês busca avaliar se as compras internacionais têm gerado impactos significativos e se há necessidade de implementar salvaguardas para proteger os produtores locais.
Esse movimento ocorre em meio a um cenário de crescente demanda por carne bovina no país asiático, impulsionada pelo aumento da renda e mudanças nos padrões de consumo.
Cenário internacional: o que esperar?
Com a investigação em andamento, o mercado global observa com atenção os desdobramentos do caso. O prazo inicial de oito meses dá ao setor brasileiro uma janela para apresentar sua defesa e construir uma narrativa favorável junto ao governo chinês.
Se medidas restritivas forem implementadas, o Brasil pode enfrentar desafios, mas também oportunidades de diversificar mercados e buscar novos destinos para sua carne bovina.
Para os próximos meses, o foco estará na capacidade do setor e do governo brasileiro de demonstrar que o comércio de carne bovina com a China é benefício mútuo, tanto para atender à crescente demanda chinesa quanto para fortalecer a posição do Brasil como líder global em exportação de proteína animal.
Dessa forma, embora a abertura da investigação seja um ponto de alerta, o comércio entre Brasil e China segue sem alterações imediatas. O setor brasileiro confia na qualidade de seu produto e na força das relações comerciais com o país asiático para superar este desafio. Resta acompanhar o desenrolar da investigação e os impactos no mercado nos próximos meses, com a expectativa de uma solução que preserve os interesses de ambos os lados.
Quer ficar por dentro do agronegócio brasileiro e receber as principais notícias do setor em primeira mão? Para isso é só entrar em nosso grupo do WhatsApp (clique aqui) ou Telegram (clique aqui). Você também pode assinar nosso feed pelo Google Notícias.
Conheça o Noriker: O cavalo que exala força e beleza
Com um corpo robusto e bem musculoso, o cavalo Noriker exibe uma imponência que o torna facilmente reconhecível
Continue Reading Conheça o Noriker: O cavalo que exala força e beleza
Empresa parceira da MF Rural oferta crédito com juros a partir de 2% a.a.
Empresa é especialista em crédito para compra de imóvel rural, além de fomentar crédito para capital de giro das operações na propriedade, custeio agrícola e compra de gado; confira as condições
Continue Reading Empresa parceira da MF Rural oferta crédito com juros a partir de 2% a.a.
Índice de Poder de Compra de Fertilizantes (IPCF) de dezembro ficou em 1.05
O mercado segue atento ao início da colheita da soja no Brasil, ao clima e à janela de plantio do milho de segunda safra.
Continue Reading Índice de Poder de Compra de Fertilizantes (IPCF) de dezembro ficou em 1.05
Lula pode ceder Ministério da Agricultura para Arthur Lira, dizem fontes
As movimentações são grandes em Brasília, após a CNN divulgar sobre a pauta de que Lula pode ceder Ministério da Agricultura a Arthur Lira. Mas por que Lira quer a cadeira?
Continue Reading Lula pode ceder Ministério da Agricultura para Arthur Lira, dizem fontes
Agroconsult vê safra recorde de soja 24/25 antes de iniciar expedição
A consultoria disse em coletiva de imprensa que os agricultores irão colher um recorde de 172,4 milhões de toneladas.
Continue Reading Agroconsult vê safra recorde de soja 24/25 antes de iniciar expedição
Atenção: Pecuarista da BA tem até dia 17 para atualizar rebanho
O descumprimento desse procedimento impedirá os criadores de adquirir a Guia de Trânsito Animal (GTA)
Continue Reading Atenção: Pecuarista da BA tem até dia 17 para atualizar rebanho