Frente fria impulsiona temporais no Sudeste, enquanto ciclone extratropical causa estragos no Sul; regiões do Norte e Nordeste também enfrentam extremos de temperatura e baixa umidade.
A última semana de novembro será marcada por contrastes climáticos acentuados em todo o Brasil. Enquanto o Sul e o Sudeste enfrentam os efeitos de um ciclone extratropical e chuvas volumosas, parte do Centro-Oeste, Norte e Nordeste lida com calor extremo e umidade relativa do ar em níveis críticos. O cenário foi detalhado em boletins do INMET e Climatempo, com alertas importantes para produtores rurais e população em geral.
O Sul do país segue em estado de alerta devido à atuação de um ciclone extratropical no Atlântico Sul. Santa Catarina foi a mais afetada até o momento, com 33 municípios registrando danos e seis decretando situação de emergência, segundo a Defesa Civil. A cidade de Luís Alves, importante produtora de banana, foi uma das mais atingidas.
Embora o ciclone esteja se afastando para o oceano, a faixa litorânea e o Vale do Itajaí continuam sob risco de chuvas intensas, com acumulados superiores a 60 mm. A previsão é de trégua apenas a partir de sábado (29), com melhora gradual no tempo.
Sudeste sob influência de frente fria e risco de tempestades
O Sudeste do Brasil também enfrenta instabilidades causadas pela mesma frente fria que avança do Sul. Segundo o INMET, entre os dias 24 e 25 de novembro, São Paulo deve registrar acumulados superiores a 100 mm, especialmente na faixa litorânea, com possibilidade de tempestades e rajadas de vento.
No dia 26/11, a frente fria deve atingir o norte de Minas Gerais e o Espírito Santo, com risco de granizo, ventos acima de 100 km/h e impactos em culturas sensíveis como o café.
No entanto, o oeste paulista, Triângulo Mineiro e grande parte de Minas permanecem sob forte calor, com máximas acima de 30 °C, conforme o Climatempo.
Centro-Oeste: contrastes entre norte úmido e sul seco
A previsão para o Centro-Oeste indica chuvas volumosas no norte de Goiás e interior do Mato Grosso, com acumulados de até 150 mm. Já o Mato Grosso do Sul e o sul de Goiás devem seguir com tempo seco e temperaturas elevadas, agravando o estresse hídrico no solo.
O atraso no plantio da soja preocupa produtores. Dados da Conab apontam que Goiás está com 13% de atraso em relação ao mesmo período do ano passado, principalmente por conta da umidade insuficiente do solo. A expectativa é de melhora apenas na primeira semana de dezembro.
Nordeste: calor extremo e alerta para umidade crítica
Na maior parte do Nordeste, o tempo permanece seco e muito quente, exceto no sul e oeste da Bahia, onde a frente fria avança provocando pancadas de chuva com acumulados entre 50 e 100 mm entre os dias 26 e 27 de novembro.
O Piauí, Ceará, Pernambuco e oeste da Paraíba registram índices de umidade relativa do ar abaixo de 20%, podendo chegar a 15%, representando risco à saúde da população.
Norte: chuvas moderadas, mas com risco localizado
No Norte, as chuvas mais significativas concentram-se no Amazonas, Acre, Rondônia e partes do Pará e Tocantins. No entanto, áreas do Amapá e norte do Pará permanecem praticamente sem chuva, com baixa umidade relativa do ar, chegando a níveis de 30%.
As temperaturas seguem elevadas em toda a região, reforçando o padrão de calor e instabilidade atmosférica nas áreas mais úmidas.
Mapa de chuva acumulada e umidade
Segundo os modelos meteorológicos do INMET (Figura 1), o acumulado de chuva entre os dias 24 de novembro e 1º de dezembro poderá ultrapassar os 200 mm em faixas do Sudeste e do Centro-Oeste, além do litoral do Sul. Já a previsão de umidade relativa do ar mínima (Figura 2) reforça os alertas para o Nordeste, com destaque para áreas em branco e tons avermelhados, onde os índices ficam entre 15% e 30%.
Semana exige atenção redobrada em várias regiões com ciclone
A combinação de fenômenos extremos — como ciclones, frentes frias e calor severo — torna a última semana de novembro crítica para o Brasil rural e urbano. Enquanto alguns produtores enfrentam dificuldades no plantio por conta do calor e da seca, outros lidam com excesso de chuva e risco de perdas.
O INMET e demais serviços de meteorologia recomendam acompanhamento constante dos alertas e planos de contingência em áreas sob risco de tempestades, deslizamentos ou estiagem severa.