Tecnologia brasileira transforma resíduo da produção de óleo em fonte nobre de proteína vegetal
O girassol, mundialmente reconhecido pela produção de óleo, está prestes a assumir um novo protagonismo na indústria alimentícia. Uma colaboração científica internacional, unindo a Unicamp, o Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital) e o instituto alemão Fraunhofer IVV, conseguiu converter o que antes era subproduto do processamento de sementes em uma base nobre para carnes veganas.
Essa inovação posiciona o girassol como um forte concorrente sustentável frente à soja e à ervilha no mercado de proteínas alternativas.
Inovação através do reaproveitamento
O diferencial dessa nova iguaria reside na tecnologia de transformação de resíduos. O processo desenvolvido pelos pesquisadores foca no refinamento da farinha residual das sementes. Para isso, remove-se a casca escura e extrai-se o óleo remanescente, eliminando compostos que causam amargor e coloração indesejada. O resultado é um miolo que, ao ser moído, gera uma farinha clara, de sabor neutro e densamente nutritiva.
Desempenho e Valor Nutricional
Durante os testes, a equipe avaliou duas formulações: uma baseada em grãos torrados e outra utilizando proteína texturizada de girassol. A segunda opção demonstrou superioridade em textura e estrutura. Para mimetizar as características sensoriais da carne tradicional, a receita foi enriquecida com especiarias, pó de tomate e um blend de óleos funcionais (incluindo oliva, linhaça e girassol).
Nutricionalmente, o produto final surpreendeu. As análises indicaram:
- Alto teor proteico: Aproximadamente 20% da composição.
- Gorduras benéficas: Rica presença de ácidos graxos monoinsaturados.
- Bomba de minerais: Uma única porção pode suprir 95% da recomendação diária de magnésio, 89% de manganês, 68% de zinco e 49% de ferro.
O Cenário Estratégico Brasileiro
O estudo destaca o Brasil como um potencial líder nesse mercado emergente. A expansão acelerada do cultivo de girassol no Centro-Oeste e no Sul do país garante o suprimento de matéria-prima em larga escala. Além disso, o fato de o girassol ser predominantemente uma cultura não transgênica agrega valor comercial ao produto final.
O próximo passo da pesquisa visa aprimorar as técnicas de extrusão controlada, essenciais para aperfeiçoar a aparência fibrosa e aproximá-la ainda mais da carne animal.
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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