
Incêndio em colheita de cana atinge mais de 1,4 mil hectares e gera processo ambiental no Mato Grosso do Sul; Fazendeiro é multado em quase R$ 5 milhões após incêndio em colheita de cana destruir área protegida
Um incêndio de grandes proporções em uma fazenda localizada no município de Angélica, no Mato Grosso do Sul, resultou em destruição de áreas de cana-de-açúcar, pastagem e vegetação nativa. O fogo, iniciado em 23 de agosto, teve como causa um problema mecânico em uma máquina agrícola utilizada na colheita de cana, e acabou se transformando em um desastre ambiental que devastou 1.463,891 hectares.
De acordo com a Polícia Militar Ambiental (PMA), as investigações identificaram que as chamas tiveram origem em um equipamento chamado “transbordo”, usado no transporte da cana durante a colheita. O defeito mecânico fez com que o fogo se alastrasse rapidamente, consumindo não apenas áreas produtivas, mas também vegetação protegida por lei.
Áreas atingidas
Do total destruído, 1.401,286 hectares correspondiam a áreas agropastoris, incluindo lavoura de cana-de-açúcar e pastagem, enquanto 62,605 hectares eram de vegetação nativa, que abrangem Áreas de Preservação Permanente (APP) e Reserva Legal (RL). A destruição em áreas protegidas foi considerada fator agravante para o cálculo da multa.
Multa milionária
A PMA aplicou uma multa de R$ 4,836 milhões à fazenda. O cálculo levou em consideração R$ 3 mil por hectare destruído em área agropastoril e R$ 10 mil por hectare de vegetação nativa perdida. Além da multa, a empresa foi notificada a apresentar um Projeto de Recuperação de Área Degradada/Alterada (PRADA), medida obrigatória para reparar os danos ambientais.
O caso foi registrado em boletim e encaminhado à autoridade policial, uma vez que o episódio pode configurar crime ambiental. Isso significa que, além das sanções administrativas e da obrigação de recuperar as áreas, os responsáveis podem enfrentar processo criminal.
O episódio reforça os riscos associados ao manejo de grandes áreas agrícolas e a necessidade de prevenção e manutenção adequada de maquinários. Falhas mecânicas, como a registrada neste caso, podem se transformar em catástrofes ambientais e gerar altos custos financeiros e jurídicos para os produtores.
Mais do que prejuízos imediatos, o caso evidencia que é preciso uma maior segurança jurídica, já que o agronegócio sempre soube aliar produtividade à responsabilidade ambiental, garantindo operações seguras e sustentáveis para evitar impactos ao meio ambiente.
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