
Os preços do boi gordo voltaram a subir, mantendo a arroba em R$ 320 a prazo em algumas regiões do país, como São Paulo. Este aumento reflete, principalmente, o desequilíbrio entre a oferta e a demanda.
O mercado físico do boi gordo no Brasil vive uma nova alta de preços, refletindo tanto a oferta limitada de animais prontos para o abate quanto uma demanda crescente, especialmente no setor de exportação. As indústrias, de forma generalizada, estão enfrentando grandes dificuldades em completar suas escalas de abate de forma consistente, deixando uma grande ociosidade em suas operações. Mesmo ofertando mais pelo boi, os pecuaristas que possuem animais prontos para abate buscam negocias seus lotes por preços mais altos. Mas, e agora, o que esperar dos preços da arroba?
O cenário sugere que os preços da arroba podem continuar subindo nos próximos dias. Entretanto, há fatores adicionais que precisam ser considerados, como a capacidade dos consumidores domésticos de absorver os reajustes e o impacto da competitividade de outras proteínas, como a carne de frango.
O mercado físico: preços elevados e escalas encurtadas
Na quarta-feira, 23 de outubro, os preços do boi gordo voltaram a subir, mantendo a arroba em R$ 320 a prazo em algumas regiões do país, como São Paulo. Este aumento reflete, principalmente, o desequilíbrio entre a oferta e a demanda. As escalas de abate permanecem curtas, em média de cinco a seis dias, segundo a consultoria Safras & Mercado. Allan Maia, analista da consultoria, destaca que as exportações estão avançando de maneira significativa, o que reforça a pressão sobre a oferta interna.
Cotações do boi gordo pelas principais praças pecuárias do país:
Os preços variam conforme a região, mas seguem a mesma tendência de alta. Veja os números de destaque:
- São Paulo: Negociações entre R$ 305 a R$ 320 a prazo.
- Minas Gerais (Triângulo Mineiro): Valores entre R$ 300 e R$ 305.
- Mato Grosso do Sul (Naviraí e Campo Grande): Arroba entre R$ 300 e R$ 305.
- Mato Grosso (Rondonópolis e Cuiabá): Negociações próximas de R$ 300.
Essa situação é explicada, em parte, pela redução da oferta de animais, especialmente nas áreas de pastagem. O período de entressafra é um dos principais responsáveis por essa escassez, o que gera um verdadeiro “apagão” no mercado do boi gordo, com frigoríficos enfrentando dificuldades para garantir uma oferta estável.
A demanda internacional e a exportação recorde
A demanda robusta por carne bovina brasileira no mercado externo é outro fator chave na sustentação dos preços. O Brasil caminha para estabelecer um recorde absoluto de exportação de carne bovina, segundo especialistas. Esse movimento é especialmente relevante no contexto do “boi-China”, um animal criado dentro de padrões específicos para exportação ao país asiático, que tem gerado ágio sobre o boi comum.
Atualmente, o “boi-China” é cotado em R$ 315/@ em São Paulo, um valor superior ao boi comum, que gira em torno de R$ 307/@. A procura por esse tipo de carne continua a pressionar as indústrias frigoríficas, que trabalham com escalas de abate bastante ajustadas.
O impacto no mercado atacadista
No mercado atacadista, o cenário também aponta para preços firmes e uma tendência de novas elevações. O quarto traseiro está sendo vendido a R$ 23,20 por quilo, enquanto o quarto dianteiro se mantém em R$ 18,20 e a ponta de agulha a R$ 17,30 por quilo.
Apesar dessa firmeza, há um entrave no consumo doméstico. Allan Maia alerta que o consumidor brasileiro está incapaz de suportar novos aumentos no preço da carne bovina, o que abre espaço para a carne de frango, que vem ganhando competitividade. Essa competição entre proteínas pode limitar o espaço para aumentos expressivos nos preços da carne bovina no varejo, apesar da alta no boi gordo.
Atenção: Estoques cheios e baixa demanda no varejo
Outro fator que merece destaque é o excesso de mercadorias paradas no setor atacadista e no varejo. A consultoria Agrifatto relatou que os estoques de carne bovina com osso estão elevados, com poucos pedidos de reposição. Muitos distribuidores e frigoríficos enfrentam dificuldades para escoar a produção, o que fragiliza ainda mais a cadeia de distribuição.
Essa sobrecarga de estoques pode ser um indicativo de que, mesmo com a pressão sobre os preços no campo, o mercado varejista não está conseguindo acompanhar o ritmo, o que pode resultar em ajustes para baixo nas cotações dos cortes bovinos.
O preço do boi gordo pode subir ainda mais?
O “apagão generalizado” do boi gordo, marcado pela falta de oferta e pela demanda crescente no mercado externo, indica que os preços podem, sim, continuar subindo. Contudo, o cenário é complexo. Enquanto as exportações mantêm a pressão sobre o mercado, o consumo interno encontra resistência para suportar novos aumentos, especialmente com o crescimento da competitividade de proteínas mais baratas, como o frango.
Os frigoríficos enfrentam dificuldades para formar escalas de abate confortáveis, especialmente em um cenário de entressafra, o que pode gerar volatilidade no curto prazo. No entanto, com a economia doméstica limitada e os estoques cheios, há um teto para o quanto os preços podem subir antes que o mercado interno desacelere.
Diante desse panorama, o mercado do boi gordo seguirá pressionado, mas com nuances que podem moderar os aumentos no médio prazo.
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