
Escalas de abate posicionadas entre seis e oito dias úteis na média nacional ajuda a entender a redução das cotações dos preços da arroba que, no curto prazo, devem continuar a cair em função do aumento temporário da capacidade ociosa.
O mercado do boi gordo vive um momento delicado, com quedas significativas nas cotações em diversas regiões do Brasil. Em Mato Grosso, a arroba já é negociada abaixo de R$ 300, enquanto no mercado paulista o preço médio permanece pressionado, embora um pouco mais elevado. O cenário preocupa pecuaristas, que lidam com margens apertadas e custos crescentes.
Cenário atual do mercado físico
De acordo com a consultoria Safras & Mercado, as quedas têm sido mais intensas no Norte e em Mato Grosso, enquanto o Sudeste observa retrações em menor escala. Apesar disso, as escalas de abate, com média nacional entre seis e oito dias úteis, oferecem certo conforto às indústrias. Segundo Fernando Henrique Iglesias, analista da consultoria, as exportações têm ajudado a sustentar parcialmente os preços da arroba, mas não evitam as quedas.
Além disso, o mercado atacadista apresenta preços firmes, mas enfrenta desafios devido à saturação da demanda. “Uma parcela significativa da população tem optado por proteínas mais acessíveis, como carne suína e frango, em vez de cortes bovinos traseiros ou dianteiros”, afirma Iglesias.
Atualmente, os preços dos cortes bovinos no atacado são os seguintes:
- Quarto traseiro: R$ 27,00/kg
- Quarto dianteiro: R$ 20,50/kg
- Ponta de agulha: R$ 19,50/kg
Queda nos preços por região
A Scot Consultoria identificou uma redução de R$ 5/@ nos preços do boi gordo “comum” e do “boi-China” no mercado paulista, negociados a R$ 325/@ e R$ 330/@, respectivamente. A vaca gorda e a novilha gorda também apresentaram quedas, agora negociadas por R$ 302/@ e R$ 320/@, respectivamente.
Por outro lado, a consultoria Agrifatto registrou estabilidade em São Paulo, com o boi gordo e o boi-China cotados a R$ 320/@. No entanto, a média nacional caiu para R$ 302,80/@, com desvalorizações em três praças (AC, MA e RO), enquanto outras 14 permaneceram inalteradas.
A Agrifatto destaca que a entrada de animais confinados aumentou a pressão sobre os preços, contribuindo para as quedas. Contudo, com muitas indústrias fora das compras nesta semana, a pressão arrefeceu temporariamente, resultando em cotações mais estáveis.
Giro do boi gordo pelas praças pecuárias do Brasil:
- São Paulo: R$ 323,00/@
- Goiás: R$ 304,00/@
- Minas Gerais: R$ 315,00/@
- Mato Grosso do Sul: R$ 320,00/@
- Mato Grosso: R$ 299,00/@
Mercado futuro aponta recuperação
Na Bolsa Brasileira (B3), o mercado futuro do boi gordo apresentou recuperação, com alta em todos os contratos pelo terceiro pregão consecutivo. O destaque foi o contrato para março de 2025, que fechou cotado a R$ 302,35/@, uma valorização de 2,44% em relação ao fechamento anterior.

Impactos econômicos e inflação
Apesar das quedas recentes, o aumento acumulado nos preços da carne bovina em meses anteriores teve um impacto significativo na inflação. O IPCA de novembro registrou avanço de 1,55% no grupo de Alimentação e bebidas, sendo a carne bovina responsável por uma alta de 8,08%, a maior variação desde 2020.
Perspectivas do boi gordo para os próximos meses
A expectativa do mercado é de que os preços do boi gordo continuem a cair, mas em ritmo mais lento. A capacidade ociosa das indústrias brasileiras, tanto exportadoras quanto voltadas ao mercado interno, deve manter os preços sob pressão.
Enquanto isso, pecuaristas precisam ajustar suas estratégias para lidar com a redução das margens e a volatilidade do mercado. O cenário exige atenção redobrada na gestão de custos e na busca por eficiência produtiva, em um momento em que as exportações são um dos poucos pilares de sustentação para o setor.
Este contexto reforça os desafios do agronegócio brasileiro, que precisa equilibrar os altos custos de produção com as oscilações do mercado interno e externo, em meio a uma economia global ainda instável.
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