Como as agrotechs estão mudando a agropecuária no Brasil

Mesmo ainda em menor número, as agrotechs estão aumentando muito a produtividade agropecuária no país. Trazendo grandes vantagens para as lavouras e para a pecuária

A informação de que o Brasil é um gigante da agropecuária no mercado nacional e internacional não é novidade. Desde 2019 até 2021, o faturamento com as lavouras e a pecuária tem crescido, segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. 

De 2020 para 2021, por exemplo, o Ministério informou que as lavouras brasileiras faturaram cerca de R$ 673 bilhões e R$ 756 bilhões no ano seguinte, com projeção de R$ 811 bilhões para 2022. Com a pecuária, não foi diferente; em 2020, o setor faturou cerca de R$ 339 bilhões, e em 2021 o montante cresceu para R$ 357 bilhões, ou seja, a agropecuária é forte no país. 

Outro setor de expressão na área de commodities é o florestal, o qual exporta celulose para fabricação de papel e outros tipos de fibras, como madeiras para construção civil, móveis, pisos laminados de madeiras, acabamentos, entre outros. Caminhando junto, com passos um pouco menores, mas com avanços espetaculares, surgem as agrotechs, ou as agtechs – empresas especializadas em tecnologia aplicada no campo. 

No formato de startups, essas novas empresas trazem toda a cultura de inovação e crescimento rápido ao agronegócio, desenvolvendo soluções de alta tecnologia para obstáculos enfrentados por produtores rurais.

Segundo dados do 2º Censo AgTech de Startups Brasil, uma correalização entre a Esalq-USP (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz) e a AgTechGarage, existem hoje no Brasil cerca de 300 empresas chamadas “agrotech”. Entre elas, 184 participaram do levantamento. O baixo número dessas companhias mostra como esse segmento está crescendo e como tem espaço para receber novas startups voltadas para o campo.

Segundo o Censo, a concentração das agtechs está no Sudeste, seguida pelo Sul, Centro-Oeste e Nordeste, com foco no Piauí. No Norte, esse tipo de negócio ainda está em desenvolvimento. Além disso, o estudo também revelou que as áreas de atuação dessas startups estão voltadas para Suporte à Decisão, IoT (internet das coisas) e Hardware, Software de Gestão Agrícola, Agricultura de Precisão e Consultoria, territórios esses com um desenvolvimento mais avançado e com maior concentração dessas empresas.

Enquanto isso, outras áreas como Comercialização de Insumos, Segurança Alimentar, Drones e Robótica, Agricultura Indoor e Biotecnologia, por exemplo, ainda foram pouco exploradas, mas com grande demanda. Mesmo ainda em menor número, as agrotechs estão aumentando muito a produtividade agropecuária no país. A grande vantagem que algumas tecnologias trouxeram foi a previsibilidade e eficiência da lavoura e da pecuária, que antes não tinham dados tão exatos como agora, o que permite manter a competitividade de produtores brasileiros no cenário global.

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