
De origem curiosa ao temperamento dócil, conheça as peculiaridades da raça Nelore Pintado que une beleza, rusticidade e valorização genética.
O Nelore é, sem dúvida, a raça mais emblemática da pecuária brasileira. Mas dentro desse universo de zebuínos, existe uma variação que desperta olhares e desperta curiosidade: o Nelore Pintado. Dono de uma pelagem única, marcada por manchas pretas, vermelhas ou mescladas sobre o branco, esse gado reúne história peculiar, rusticidade e, nos últimos anos, uma valorização surpreendente em leilões de elite.
Mais do que um “gado bonito”, o Pintado vem mostrando qualidades produtivas, comportamento diferenciado e um charme raro que o tornam objeto de desejo entre criadores e até de quem não está tão ligado ao campo.
A história do Nelore Pintado no Brasil começa em 1906, no Mato Grosso do Sul. Uma novilha branca importada da Índia, chamada Iraci, chegou prenha e surpreendeu ao parir uma bezerra vermelha: a famosa Itabira. Ao ser cruzada com Nelores brancos, Itabira continuou gerando descendentes coloridos, revelando um gene recessivo raro responsável pela pelagem pintada.
O que parecia uma “anomalia genética” virou o ponto de partida para uma linhagem que hoje é reconhecida e disputada em todo o país.

O grande diferencial está no visual. Nenhum animal é igual ao outro, já que as manchas de preto e vermelho surgem em padrões sempre diferentes. É por isso que muitos criadores afirmam que o Nelore Pintado é “o Nelore mais bonito da pecuária”.
Essa estética única não é apenas vaidade: o couro pintado é altamente valorizado e já rendeu a raça destaque em campanhas publicitárias, exposições e até vídeos virais nas redes sociais.
Apesar de seu visual exótico, o Nelore Pintado mantém as mesmas qualidades produtivas do Nelore branco: rusticidade, adaptação ao clima tropical, resistência a parasitas e bom rendimento no frigorífico.
Mas há uma curiosidade extra: criadores relatam que o Pintado costuma ser mais dócil e tranquilo do que o Nelore comum. Essa característica facilita o manejo no campo, tornando-o ainda mais atrativo para pecuaristas.

Nos últimos anos, o Nelore Pintado virou estrela dos leilões de elite. Em 2025, uma fêmea da linhagem, Ibiza FIV Surreal, foi avaliada em impressionantes R$ 15,2 milhões, consolidando a raça como ativo genético de altíssimo valor.
Além de chamar atenção pela beleza, o Pintado é considerado estratégico para programas de melhoramento, já que combina qualidade zootécnica com um fenótipo raro.
- O primeiro exemplar nasceu por acaso, de um cruzamento inesperado em 1906.
- O gene da pelagem pintada é recessivo, o que explica sua raridade.
- Cada animal tem um “desenho” exclusivo de manchas, como uma impressão digital.
- Estudos indicam que podem ser até mais precoces e rústicos do que o Nelore branco.
- São disputados em leilões por valores que ultrapassam muitos cavalos de corrida e até carros de luxo.
O Nelore Pintado é a prova de que, no campo, genética e beleza podem andar lado a lado. Um gado que começou como curiosidade genética se transformou em símbolo de status e investimento seguro, sem abrir mão da funcionalidade.
Para criadores, é a chance de unir paixão, produtividade e valorização. Para leigos, é impossível não se encantar com a imponência de um rebanho de pintados pastando no campo.
Quer ficar por dentro do agronegócio brasileiro e receber as principais notícias do setor em primeira mão? Para isso é só entrar em nosso grupo do WhatsApp (clique aqui) ou Telegram (clique aqui). Você também pode assinar nosso feed pelo Google Notícias.