Os ataques de javali e suas cruzas como javaporco causam grandes prejuízos à agricultura e à pecuária local; empresa apresenta solução para repelir invasores
Por não fazer parte do ecossistema brasileiro, o javali causa grandes prejuízos à agricultura e à pecuária local. De acordo com a Embrapa, o animal é nativo de países da Europa, Ásia e norte da África e pode levar o meio ambiente ao total desequilíbrio. Por não fazer parte do ecossistema brasileiro, o javali e suas cruzas como javaporco causam grandes prejuízos à agricultura e à pecuária local. O javali está incluído na lista das cem espécies invasoras mais nocivas do mundo.
Além dos javalis e java-porcos, os catetos, queixadas e capivaras são conhecidos por danificar grandes áreas de plantação agrícola, principalmente milho, soja, cana-de-açúcar, mandioca, amendoim e plantas hortícolas. Os agricultores já estão acostumados com a praga, um dos estados mais atingidos pelo animal, o Estado de São Paulo, é possível registrar bandos de mais de 200 animais, imagina como essa quantidade de animais podem arrasar com uma lavoura inteira. Os javalis entram e comem as colheitas, principalmente as plantações que estejam rodeadas de florestas, uma vez que é nas florestas que os javalis têm as suas tocas e se escondem.
Outro animal que ameaça expressivamente as lavouras são as capivaras, espécie territorialista que pode deteriorar uma grande área plantada, pois se alimentam das lavouras e ali permanecem, desde que estejam rodeadas de alimento. Isso acaba provocando uma grande perda de produtividade nas colheitas. Segundo dados da Federação da Agricultura e Pecuária do Mato Grosso do Sul, em algumas regiões, as perdas por ataques de animais atingem até 10% da plantação.
O maior problema refere-se a que, normalmente as capivaras costumam danificar a cultura nos primeiros estágios de crescimento, período em que a planta possui uma área verde bastante escassa, deste modo, o dano poderá ser muito mais severo que em outras etapas de crescimento, como também deixando o solo descoberto e livre para a propagação de plantas daninhas, entre outras pragas.
Como proteger as lavouras contra estes ataques?
Por ser uma grave ameaça à conservação da biodiversidade brasileira e por causar prejuízos econômicos, o controle da população de javalis é urgente. Contudo, a caça só é permitida quando uma superpopulação de porcos selvagens é identificada em alguma área. Com relação aos outros animais a caça é proibida por lei, já que fazem parte da fauna silvestre brasileira.
E para cada tipo de problema citado acima é que startup AGRO SPI, operando há 5 anos no interior de São Paulo, resolveu criar algumas oportunidades e possíveis soluções para o produtor rural. Segundo a empresa há uma sequência de soluções paliativas que podem contribuir para o controle e monitoramento dessas pragas, dentre elas, as mais conhecidas pelo mundo até hoje, que são:
- Caça (captura e abate);
- Controle reprodutivo (aplicação de hormônios sexuais que reduzem sua reprodução);
- Iscas letais (Vários estudos e desenvolvimentos no exterior);
- Repelência (Praticas utilizadas pela AGRO SPI Proteção de Ataque de Animais);
- Olfato;
- Áudio/visual;
- Barreiras Físicas (Valeta, Cerca, Plantio de culturas adversas, telas);
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Como solucionar o problema?
“Começamos todos nossos estudos focados no desenvolvimento de produtos químicos e extratos aromáticos de plantas que são capazes de dispersar esses animais dos ambientes, causando sensações irritantes ao mesmo, por meio de olfato e paladar desagradáveis, o que acaba desmotivando a se alimentarem da área pulverizada. Isso sem causar danos nocivos aos animais, pois essas substâncias são utilizadas em larga escala na fabricação de produtos cosméticos destinado aos seres humanos e animais.” – ressaltou, Alex Spindola, CEO da AGRO SPI.
Segundo o executivo eles conseguiram validar várias moléculas que podem ajudar na redução desse problema dentro do país, podendo ser utilizada de várias formas, sendo elas, pulverizadas, espalhadas em sólidos, ou até mesmo com armadilhas de liberação das substâncias.
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Com quais resultados?
As aplicações são feitas por pulverizadores já utilizados na agricultura, onde o foco principal é aplicação deste produto em área de bordadura das culturas, com o intuito de afastar e consequentemente, reduzir as visitas dos animais. Em testes que executaram em diversas áreas espalhadas pelo Brasil, de diferentes culturas e tipos de espécies de porcos, conseguiram com apenas uma substância atingir resultados de até 100% na redução de ataque dos porcos, na média geral, tivemos 88% de redução de ataques em áreas com média de 3 a 4 aplicações por ciclo vegetativo da cultura da soja ou milho.
O fato é que esses problemas aumentam a cada ano que passa, e esses produtos possuem “vida curta” no campo, pois são substâncias que ficam no ambiente externo, e não na fisiologia das plantas cultivadas, ou seja, qualquer chuva ou excesso de temperaturas pode reduzir nossos resultados e diminuir o período de permanência do produto na área.
Ainda segundo Alex, em busca de soluções mais duradouras eles iniciaram uma parceria com o Laboratório de Inovação da Universidade Federal do Paraná Campus de Apucarana há cerca de 2 anos, para estudar e descobrir mais substâncias capazes de afugentar esses animais, e também criar tecnologia química capaz de manter essas substâncias por mais tempo no local onde será aplicada, e resistir as interferências climáticas.
“Hoje já estamos finalizando o processo de desenvolvimento de uma das soluções químicas, onde iremos patenteá-la para serem utilizadas com a finalidade de proteção de áreas agrícolas contra ataques de grandes animais.” – finalizou o executivo.
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