Como proteger seu cavalo da Encefalomielite Equina

Os cavalos afetados pela Encefalomielite Equina exibem sintomas como depressão, flacidez labial, diminuição dos reflexos palpebrais e pressão da cabeça contra objetos; entenda melhor sobre a doença e como proteger seu cavalo

Você sabia que a encefalomielite equina é uma doença grave que pode afetar o seu cavalo? Essa doença é causada por um vírus transmitido por mosquitos e pode causar sintomas como febre, fraqueza, perda de apetite, convulsões e até mesmo a morte.

Por isso, é muito importante que você saiba como proteger o seu cavalo dessa ameaça. Neste texto, vamos explicar o que é a encefalomielite equina, quais são os tipos, como prevenir e como tratar essa doença. Fique conosco e descubra como cuidar melhor do seu amigo equino!

O que é a Encefalomielite Equina?

A Encefalomielite Equina é uma enfermidade que se caracteriza pela inflamação das estruturas do encéfalo e da medula, resultando em sintomas neurológicos. Originada por três distintos tipos de vírus pertencentes à família Arbovírus e ao gênero Alphavirus, a transmissão ocorre através de mosquitos Culex spp. e Aedes spp. Esses vírus têm a capacidade de afetar diversas espécies animais, incluindo seres humanos, conferindo à doença o status de zoonose.

encefalomielite equina
Foto: Divulgação

Os Alphavirus são os responsáveis por três formas específicas da patologia: Encefalomielite Equina do Leste (EEE), Encefalomielite Equina do Oeste (WEE) e Encefalomielite Equina Venezuelana (VEE). A transmissão é indireta, realizada pela picada dos mosquitos Culex spp. e/ou Aedes spp., e o período de incubação é de aproximadamente 7 dias.

Esses vírus atacam o Sistema Nervoso Central (SNC), desencadeando uma resposta inflamatória viral característica. Os animais afetados exibem sintomas como depressão, flacidez labial, letargia, incoordenação motora, sonolência, deslocamento errático e em círculos, cegueira, ranger de dentes, diminuição dos reflexos palpebrais e pressão da cabeça contra objetos. A progressão dos sintomas conduz ao decúbito prolongado com movimentos de pedalada, frequentemente resultando em óbito em poucos dias. Nos seres humanos, os sintomas mais comuns incluem febre, cefaleia, rigidez da nuca, letargia e conjuntivite. O diagnóstico é confirmado por meio de análises laboratoriais.

O vírus causador da Encefalomielite Equina do Leste (EEE) é o mais prevalente no Brasil, apresentando maior letalidade, vitimando entre 75% a 90% dos equinos afetados e cerca de 30% a 65% dos humanos. Por outro lado, os vírus associados à VEE e WEE exibem baixa letalidade, possibilitando infecções assintomáticas em alguns casos.

encefalomielite equina
Foto: Divulgação

Sintomas

Os sintomas da encefalomielite equina englobam febre, apatia e depressão, evoluindo para manifestações neurológicas severas, como incoordenação motora, cegueira e convulsões à medida que a doença progride. Lamentavelmente, em muitos casos, a enfermidade resulta em fatalidade para os equinos, acarretando consideráveis prejuízos econômicos aos criadores.

Foto: Divulgaçãa

Segundo Maria Gazzinelli, Médica Veterinária e Professora no VET Profissional, com mestrado e doutorado em Zootecnia, a encefalomielite é uma patologia predominante no hemisfério ocidental, dividida em três variantes: encefalomielite do leste (EEL), encefalomielite do oeste (EEO) e a mais grave, encefalomielite venezuelana (EEV).

Os vetores correspondentes são:

  • EEL: Culiseta melanura (aves aquáticas) e Aedes;
  • EEO: Culex tarsalis, Demacentor andersoni e Triatoma sanguisuga;
  • EEV: Culex melanoconium e Aedes.

Quanto à patogenia da encefalomielite, é imperativo observar sinais que demandam atenção. Os sinais clínicos apresentam-se da seguinte forma:

  • Agudos: inespecíficos, como febre, anorexia e rigidez muscular;
  • Estágio transitório: com duração de até 5 dias;
  • No caso da EEO, muitos casos não evoluem, manifestando-se de forma mais branda;
  • Sinais neurológicos: cessa a viremia, improvável amplificação da doença;
  • Primeiros estágios: déficit proprioceptivos;
  • Sinais tardios: disfunção cerebral cortical e nervos cranianos (pressionar a cabeça contra objetos, marcha propulsiva, cegueira, marcha em círculos, fasciculações musculares);
  • Morte precedida por decúbito: ocorre entre 1 a 7 dias;
  • EEV: sinais clínicos podem ser semelhantes ou diferentes (diarreia, depressão grave, decúbito e morte podem ser proeminentes antes da manifestação neurológica).

Como medida de profilaxia, a vacinação emerge como o método principal. Trata-se de uma opção acessível que evita consideráveis prejuízos nas propriedades, uma vez que a encefalomielite é uma doença de caráter coletivo, propagando-se facilmente entre os animais. O cronograma de vacinação é estabelecido da seguinte maneira:

  • Aos 3, 4 e 6 meses, com reforço anual;
  • Éguas: 30 dias antes do parto;
  • Para adultos não vacinados: primovacinação em duas doses intervaladas entre 30 dias, seguida por reforço anual.

Tratamento

O tratamento das encefalites é predominantemente de suporte, envolvendo principalmente fluidoterapia, anti-inflamatórios não esteroidais e corticosteroides. Até o momento, não há conhecimento de nenhum medicamento com eficácia comprovada como antiviral para essa doença.

Dado a ausência de um tratamento direcionado específico, a prevenção emerge como a estratégia mais eficaz no combate às encefalites equinas. A vacinação se destaca como o meio mais crucial e efetivo de prevenção, devendo ser incorporada no protocolo profilático elaborado por um médico veterinário responsável. Nesse contexto, a Ceva Saúde Animal, líder nacional no segmento de saúde equina, disponibiliza em seu portfólio a vacina tríplice Tri-Equi. Essa vacina oferece proteção contra a encefalomielite viral equina, tétano e influenza equina (tipos I e II).

Adicionalmente, medidas de controle de mosquitos, como o uso de inseticidas, repelentes e mosquiteiros, juntamente com a manutenção constante da higiene nos estábulos, desempenham um papel crucial na redução da propagação dos vetores e vírus associados à encefalomielite equina. A combinação dessas estratégias preventivas contribui significativamente para a diminuição das infecções e a redução da probabilidade de epidemias entre os animais.

Escrito por Compre Rural

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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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