Confira o impacto das enchentes nos municípios gaúchos produtores de soja

As instalações de beneficiamento e armazenamento no estado estão registrando a chegada de grãos cujos níveis de umidade oscilam de 22% a 30%.

Recentemente, no Rio Grande do Sul, observou-se que a soja armazenada em diversas instalações de processamento e armazenamento apresenta níveis preocupantes de umidade, oscilando entre 22% e 30%. O Informativo Conjuntural da Emater-RS também reporta que os níveis de impurezas excedem 5%.

Apesar desses desafios, o informativo aponta que várias cargas ainda estão dentro dos limites aceitáveis de qualidade, o que impede a aplicação de descontos. Entretanto, algumas plantações foram completamente destruídas, seja por enchentes que persistiram por mais de uma semana ou pelo impacto de enxurradas que derrubaram as plantas.

A situação na Fronteira Oeste reflete problemas similares, com janelas de colheita extremamente limitadas e perdas crescentes, exacerbadas pelas dificuldades de realizar a colheita em terrenos saturados de água e irregulares.

O relatório da Emater também destaca a situação crítica em certos municípios produtores de soja, evidenciando os impactos significativos na produção local.

Em São Gabriel, metade das lavouras foi colhida antes das chuvas torrenciais, deixando 67 mil hectares com previsão de 50% de perdas, enquanto mil hectares foram totalmente perdidos devido a inundações. Em Maçambará, 70% das lavouras já foram colhidas, com as perdas estimadas em 35% nas áreas restantes. Manoel Viana viu 82% de sua colheita realizada, e dos 10 mil hectares restantes, estima-se uma perda de 30%.

Em São Borja, a colheita avançou em 75% da área, com perdas projetadas em 20%. A região de Caxias do Sul teve a colheita suspensa no dia 26 de abril devido às fortes chuvas, afetando aproximadamente 15% das áreas ainda por colher. Em Erechim, 90% da área foi colhida, e os 10% restantes, que estão maduros, devem ser colhidos em breve, embora com uma produtividade reduzida para 3.780 kg/ha.

Frederico Westphalen paralisou sua colheita, com 91% já colhidos e rendimentos médios de 3.840 kg/ha. Dos 2% em maturação e 7% maduros, são esperadas perdas significativas em termos de quantidade e qualidade. Em Ijuí, dos 970 mil hectares cultivados, 910 mil foram colhidos sem prejuízos, mas os 60 mil hectares restantes mostram sinais de deterioração e incertezas quanto à colheita futura.

Passo Fundo conseguiu colher 90% de sua soja, mantendo uma produtividade de 4.000 kg/ha, mas enfrenta desafios para colher os 10% restantes. Em Pelotas, a colheita foi pausada em grande parte da região desde 26 de abril, resultando em atrasos significativos; apenas 52% das lavouras foram colhidas, deixando 48% prontas para colheita.

Nas cidades de Piratini, Morro Redondo e São Lourenço do Sul, 70% das lavouras de soja já foram colhidas. Em Canguçu, o avanço na colheita chega a 75%. Por outro lado, a situação em Santa Vitória do Palmar é preocupante, com apenas 30% da área colhida até agora. Em Chuí, o progresso é ainda mais lento, com somente 9% da área colhida.

Em Jaguarão, onde a soja compartilha espaço com o cultivo de arroz, apenas 40% das áreas foram colhidas, devido à priorização das colhedoras para o cereal. As adversidades climáticas têm afetado significativamente a produtividade, levando muitos agricultores a acionar o seguro agrícola devido a perdas expressivas.

Santa Maria enfrenta uma situação crítica, com a colheita suspensa e cerca de 30% das lavouras não colhidas, as quais sofrerão perdas totais. Algumas dessas áreas ficaram submersas, enquanto outras apresentam germinação dos grãos nas vagens e apodrecimento significativo. Das lavouras colhidas antes das enchentes, 70% alcançaram uma produtividade média de 3.200 kg/ha, considerada satisfatória.

Em Santa Rosa, as condições climáticas adversas, incluindo uma breve estiagem seguida de chuvas excessivas, impactaram a colheita, que foi possível apenas no final do período. Foram colhidas 93% das lavouras, e as restantes 7% estão maduras, mas enfrentam perdas potenciais de 40% a 80%. Isso resultou em uma revisão da produtividade esperada de 3.322 kg/ha para 3.309 kg/ha.

Em Soledade, não houve mudança nos percentuais de colheita em relação ao período anterior, com 76% da área já colhida. Finalmente, no Alto da Serra do Botucaraí e no Centro-Serra, 90% da área já foi colhida.

No Vale do Rio Pardo, as áreas de cultivo são relativamente menores, com a colheita variando entre 65% e 80%. Nos municípios com extensões maiores de terra cultivada, como Rio Pardo, Pantano Grande e Encruzilhada do Sul, cerca de 57% das áreas foram colhidas. Embora significativas, as perdas causadas por condições climáticas adversas não foram totais nesses locais.

No Baixo Vale do Rio Pardo, a situação é mais grave, com muitas lavouras sofrendo inundações. Nessas áreas, as perdas foram totais, devastando completamente a produção agrícola local.

Escrito por Compre Rural

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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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