
Especialistas projetam um ano de recuperação, desafios econômicos e crescimento em diversos setores do agronegócio.
O ano de 2025 promete ser de renovação e novos horizontes para o agronegócio brasileiro, segundo especialistas e lideranças ouvidas pela Forbes. Após um período de desafios climáticos, altos custos de insumos e instabilidades econômicas, o setor aposta em condições mais favoráveis para alavancar sua produção e rentabilidade.
Projeções positivas para safra, PIB do agro e exportações contrastam com preocupações logísticas e econômicas, como a reforma tributária e os juros elevados.
Confira a visão de líderes do setor sobre o que está por vir:
Clima ameno impulsiona safra e PIB do agronegócio
Bruno Lucchi, diretor técnico da CNA, acredita que o clima favorável em 2025 será determinante para um desempenho sólido:
“Devemos chegar a 322 milhões de toneladas de grãos, enquanto o Valor Bruto da Produção (VBP) do agronegócio pode crescer 7,4%, com forte contribuição do setor pecuário.”
Apesar das expectativas positivas, Lucchi alerta para uma leve queda no mercado de carne, que deve ser compensada pelo desempenho robusto das cadeias agrícolas.
Café: recuperação e expansão de mercados
Para Marcos Matos, diretor-geral do Cecafé, 2025 será um ano de retomada, especialmente para o café conilon, cuja produção pode superar expectativas:
“Esperamos crescer em novos mercados, como a China, e melhorar os números após os efeitos climáticos adversos dos últimos anos.”
No entanto, Matos recomenda atenção especial à safra de arábica, que requer monitoramento constante.
Setor de frutas entre desafios e oportunidades
Eduardo Brandão, da Abrafrutas, destaca um cenário promissor para a fruticultura:
“O VBP do setor deve crescer cerca de 5%, e o clima mais favorável ajudará na recuperação das produções.”
Já Ibiapaba Neto, da CitrusBR, alerta para os impactos dos altos preços na cadeia de suco de laranja:
“A restrição de oferta pode afetar o consumo, trazendo desafios no médio prazo.”
Grãos e logística no radar do mercado internacional
A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (ANEC) projeta um recorde na produção de soja e o maior consumo interno da história, impulsionado pela demanda por biodiesel. Contudo, há preocupação com o cenário externo e gargalos logísticos:
“Vamos monitorar o impacto das políticas internacionais, especialmente do governo Trump, sobre a oferta de grãos brasileiros.”
Maurício Buffon, presidente da Aprosoja, complementa destacando o impacto do clima positivo na colheita da safra 2024/25:
“O clima está se comportando bem de norte a sul, mas desafios como logística e economia podem limitar a rentabilidade.”
Setor de celulose e cautela econômica
Paulo Hartung, da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), projeta expansão, mas com ressalvas:
“Esperamos ampliar área plantada e produção, mas os conflitos comerciais entre Estados Unidos e China e a questão fiscal brasileira demandam cautela.”
Desafios econômicos e reformas no radar do agronegócio
Sérgio Bortolozzo, da Sociedade Rural Brasileira (SRB), avalia que 2025 será de produção “normal”, mas com entraves econômicos significativos:
“A reforma tributária e as altas taxas de juros dificultam as linhas de crédito e podem impactar a rentabilidade do setor.”
Apesar disso, Bortolozzo reforça que o agronegócio permanece resiliente, pronto para superar os desafios e aproveitar as oportunidades.
O ano de 2025 desponta como um período de adaptação e evolução para o agronegócio brasileiro. Clima favorável, recuperação de safras e expansão internacional são os grandes trunfos do setor, enquanto a logística e as questões econômicas figuram como desafios que exigem estratégias assertivas. Produtores e líderes estão otimistas, mas com os pés no chão, atentos ao cenário global e nacional para garantir a sustentabilidade e competitividade do agro.
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