
De uma pequena cervejaria em Dublin a um império global, a Guinness se consolidou ao longo de séculos graças à visão empresarial, sucessões familiares estratégicas e expansão internacional que transformou a marca em símbolo cultural da Irlanda
A Netflix lançou na quinta-feira (25) a série House of Guinness, que narra um momento crucial da trajetória da cervejaria Guinness, uma das marcas mais centenárias e famosas do mundo.
Criada por Steven Knight, roteirista de Peaky Blinders, a produção mistura fatos históricos com licença poética para dramatizar a vida da família Guinness, baseada em relatos da socialite Ivana Lowell, descendente do clã. Continue a leitura e acompanhe o Compre Rural para mais conteúdos exclusivos sobre o agro.
Das origens rurais ao contrato de St. James’ Gate
A cervejaria Guinness é uma das marcas mais icônicas da Irlanda e referência mundial em cervejas do tipo stout. Fundada por Arthur Guinness em 1759, a empresa teve origem modesta e, ao longo de séculos, transformou-se em um verdadeiro império cervejeiro, marcado por visão empresarial, inovação e legado familiar.
Arthur Guinness nasceu em 1725, nos arredores de Celbridge, filho de um administrador de terras. Desde cedo, aprendeu a produzir cerveja, inicialmente voltada para trabalhadores rurais, sendo a bebida uma alternativa segura à água frequentemente contaminada. Com uma herança de cem libras deixada por um arcebispo, abriu sua primeira cervejaria em Leixlip, mas o passo decisivo veio em 1759, ao assinar um contrato de 9 mil anos pelo terreno de St. James’ Gate, em Dublin, onde a Guinness permanece até hoje. Ali, começou a produzir porter, que se transformaria na icônica stout irlandesa.
Expansão internacional e consolidação da marca

Após a morte de Arthur, em 1803, seu filho Arthur 2º assumiu o comando da empresa e iniciou a expansão internacional, levando a cerveja a Índias Ocidentais, África e Estados Unidos. Em 1833, a Guinness já era a maior cervejaria da Irlanda. Apesar de escândalos familiares, como o envolvendo Arthur 3º, que levou à sua saída da empresa, a dinastia continuou a crescer.
Foi Benjamin Guinness, irmão mais novo, quem consolidou a marca no século XIX. Em 1862, introduziu o rótulo que até hoje exibe a assinatura de Arthur e a harpa celta, símbolo da cervejaria. Sob sua gestão, a Guinness alcançou destaque internacional, transformando-se em referência de qualidade e inovação.

Modernização e crescimento econômico
Após a morte de Benjamin, em 1868, a liderança da cervejaria passou para os filhos Arthur 4º e Edward Cecil. Arthur se dedicou à política e acabou cedendo seu quinhão a Edward, que se destacou como gestor. Ele modernizou operações, construiu armazéns e implementou uma ferrovia interna para transportar insumos. Em 1886, a produção atingiu 1,2 milhão de barris, e a Guinness abriu capital na bolsa de valores, vendendo todas as ações em apenas uma hora. Edward tornou-se o homem mais rico da Irlanda.
Embora nem todos os membros da família tivessem participação direta nos negócios, a dinastia Guinness deixou marcas importantes na sociedade irlandesa. Anne Guinness ajudou a consolidar a imagem da família como filantrópica, financiando casas populares e a restauração da Catedral de São Patrício, fortalecendo o prestígio social do clã.

Guinness: Da cervejaria familiar à multinacional
Ao longo do século XX, a Guinness continuou a crescer e, eventualmente, integrou-se à Diageo, maior fabricante de bebidas destiladas do mundo. Hoje, a marca é reconhecida globalmente, símbolo da Irlanda e referência em tradição, inovação e gestão familiar.
Escrito por Compre Rural
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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