Localizada na ilha de Creta, a Oliveira de Vouves é considerada a oliveira mais antiga do mundo ainda em produção, com mais de 4 mil anos de história e cerca de 150 quilos de azeitonas colhidos por ano.
No coração do Mediterrâneo, na ilha de Creta, Grécia, encontra-se uma testemunha viva de milênios: a Oliveira de Vouves, considerada a mais antiga do mundo ainda em produção. Localizada na vila de Ano Vouves, no oeste da ilha, essa árvore extraordinária tem uma idade estimada em cerca de 4.000 anos e, de maneira impressionante, continua a produzir frutos ano após ano.
A Oliveira de Vouves, da espécie Olea europaea L., resistiu a impérios, guerras e transformações climáticas, permanecendo firme desde os tempos das civilizações minoica, micênica e romana. Diferente de uma relíquia fossilizada, ela se mantém biologicamente ativa, com folhagem verdejante e novos brotos que nascem a cada ciclo.
Mesmo com a idade avançada, a árvore ainda produz cerca de 150 quilos de azeitonas por ano, todas plenamente comestíveis, símbolo da longevidade e fertilidade do solo cretense. Sua importância histórica e natural levou o governo grego a declará-la Monumento Natural em 1997, consolidando seu papel como patrimônio vivo da humanidade.
Além de sua relevância biológica, a oliveira de Vouves é um símbolo de sabedoria, paz e continuidade, valores profundamente enraizados na cultura grega. Sua madeira retorcida, marcada pelo tempo, não é sinal de decadência, mas sim de adaptação e regeneração. O interior oco do tronco, que perdeu o núcleo central há séculos, possibilitou o desenvolvimento de novos tecidos vivos, mantendo a árvore em pleno vigor.
A beleza única do tronco, com 4,6 metros de diâmetro e 12,5 metros de altura — atrai cerca de 20.000 visitantes por ano, tornando-a uma das atrações mais simbólicas de Creta. Muitos visitantes descrevem a experiência de estar diante dela como algo espiritual e transformador, uma verdadeira viagem no tempo.

A influência da Oliveira de Vouves transcende o campo natural e histórico. Desde os Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004, ramos da árvore foram usados nas coroas dos vencedores da maratona, reforçando a conexão entre o legado esportivo grego e o símbolo milenar da oliveira. Esse gesto, de grande carga simbólica, celebra a união entre tradição, vitória e eternidade.
Museu
A poucos metros da árvore, foi inaugurado em 2009 o Museu da Oliveira de Vouves, um espaço dedicado à história do azeite e da cultura olivícola em Creta. A visita — com entrada a 3 euros e gratuita para crianças — permite conhecer antigas prensas de azeite, ferramentas tradicionais e os processos artesanais que sustentaram a economia e a identidade local ao longo dos séculos.
A Oliveira de Vouves é mais do que uma árvore: é um elo entre passado e presente, um lembrete vivo da relação ancestral entre o homem e a natureza. Sua longevidade inspira pesquisadores, agricultores e turistas de todo o mundo, reforçando o valor da preservação ambiental e cultural.
Ficha técnica – Oliveira de Vouves
- Localização: Ano Vouves, Creta – Grécia
- Idade estimada: 4.000 anos
- Espécie: Olea europaea L.
- Diâmetro do tronco: 4,6 metros
- Altura: 12,5 metros
- Produção anual: cerca de 150 kg de azeitonas
- Visitantes anuais: aproximadamente 20.000
- Status: Declarada Monumento Natural em 1997
A Oliveira de Vouves permanece como um símbolo de esperança e eternidade — um testemunho silencioso de que, mesmo diante do tempo, a vida pode continuar florescendo.
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