Conheça a raças de galinhas mais comuns no Brasil

A escolha das raças das galinhas faz toda a diferença no sucesso de empreendimentos que envolvam essas aves. Conheça quais são as raças de galinhas mais comuns no Brasil e escolha a sua

A variedade de raças existentes permite a seleção de aves com características específicas, como resistência a doenças, produtividade de ovos, qualidade da carne, adaptabilidade a diferentes climas e ambientes, entre outras. Portanto, as raças de galinhas desempenham um papel estratégico na agroindústria brasileira, contribuindo para a diversificação genética, a adaptação às condições locais e a manutenção da herança cultural, o que é crucial para garantir uma produção avícola sustentável e resiliente no país.

Quando e como iniciou a avicultura no Brasil?

A história da avicultura no Brasil remonta a 1503, quando o navegador português Gonçalo Coelho chegou ao Rio de Janeiro trazendo aves matrizes. No entanto, a produção comercial de aves começou na década de 1960, em Minas Gerais. Naquela época, as aves eram criadas soltas a campo e levavam cerca de seis meses para atingir um peso médio de 2,5 kg antes do abate. Hoje, os frangos de corte são abatidos em cerca de 40 dias, com um peso médio de 2,8 kg.

Em 2023, o Brasil se destaca como um dos maiores produtores de carne de frango e o maior exportador global dessa commodity. Isso se deve a fatores como a disponibilidade de terras para a produção de grãos, a modernização do setor com o sistema de integração vertical e a condição única do país de ser livre das principais doenças avícolas, como a Influenza Aviária e a doença de Newcastle.

Quais são as raças de galinhas mais comuns no Brasil?

No contexto das pequenas criações, como nas áreas de agricultura familiar, uma das raças mais comuns em todo o Brasil é a galinha caipira comum, devido à sua dupla finalidade de produção de carne e ovos. Essas aves rústicas podem atingir até 3 quilos de peso e têm uma média de 180 ovos por ano, tornando-as ideais para criações de subsistência.

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Galinha caipira. Foto: Divulgação

Outra opção econômica para a criação de galinhas é a raça da galinha caipira de pescoço pelado, que é resultado de melhoramento genético originário da França. Essas aves têm uma plumagem colorida, com exceção do pescoço, o que deu origem ao seu nome. Assim como a caipira comum, a caipira de pescoço pelado é adequada tanto para produção de carne quanto de ovos, chegando a um peso de até 3 quilos e uma média de 180 ovos por ano.

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Galinha caipira de pescoço pelado. Foto: Divulgação

No que diz respeito às galinhas híbridas, uma raça comum é a Embrapa 051, desenvolvida pela Embrapa. Essas aves semipesadas são reconhecidas por sua excelente produção de ovos, que se estende de 21 semanas de idade até 80 semanas de idade. Isso as torna ideais para criações mais rústicas.

As galinhas Embrapa 051 possuem uma plumagem de cor castanha intensa, juntamente com longevidade e rusticidade. Começando a botar ovos aos 21 semanas, essas aves continuam a produzir até os 90 semanas de idade, com um potencial impressionante para gerar até 345 ovos por galinha durante o ciclo de produção.

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Galinha embrapa 051. Foto: Divulgação

A raça Legorne, por sua vez, tem sua origem na Itália, mais especificamente na região da Toscana. Ela foi trazida para os Estados Unidos no século XIX e rapidamente se disseminou pelo mundo devido à sua notável produção de ovos. As galinhas Legorne são reconhecidas por serem de porte médio, apresentando plumagem predominantemente branca, cristas simples e pequenas barbelas vermelhas na cabeça. São aves ativas e ágeis, sendo amplamente apreciadas por sua produção excepcional de ovos, que pode chegar a cerca de 250 ovos por ano.

Além de sua notável produção de ovos, as Legornes são conhecidas por sua capacidade de adaptação a diferentes climas e sistemas de criação, o que as torna adequadas para ambientes variados, de climas quentes a frios. Frequentemente, são cruzadas com galinhas caipiras e outras raças para aprimorar a produção de ovos em rebanhos de galinhas.

Galo Legorne. Foto: Divulgação

O Galo Índio Gigante, por outro lado, é uma raça brasileira que se originou a partir de cruzamentos entre galos caipiras de grande porte. Desenvolvida principalmente no Brasil na década de 1980, o Galo Índio Gigante é notável por seu tamanho imponente, podendo atingir até 8 kg de peso e 105 cm de altura. A raça apresenta uma variedade de cores na plumagem, incluindo preta, branca, vermelha e pescoço nu.

Galo Índio gigante. Foto: Divulgação

Inicialmente utilizados em brigas de galo, os criadores redirecionaram seus esforços ao longo do tempo para desenvolver uma raça maior e mais pacífica, ideal para a produção de carne de qualidade. A criação do Galo Índio Gigante se concentra principalmente na produção de carne, aproveitando suas características físicas, como tamanho e formato corporal, que o tornam uma opção valiosa para a produção de carne de qualidade. Considerados semidomésticos, esses galos requerem cuidados especiais e estão ganhando popularidade no Brasil devido ao seu potencial na produção de carne de alta qualidade.

Raças de galinhas diferentes para funções diferentes

Um comunicado técnico emitido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) fornece orientações aos produtores sobre a escolha de raças ou linhagens a serem utilizadas em empreendimentos rurais dedicados à produção de galinhas e seus produtos e subprodutos.

Para criação de subsistência, as raças recomendadas são Plymouth Rock Barrada (carijós), Rhode Island Red (vermelhas), New Hampshire, Shamo e Asil.

Aqueles que buscam a criação comercial de raças puras, seja para produção agroecológica, fins ornamentais ou exposições, devem optar por galinhas de raça pura, como Leghorne, Australorp, Minorca, Rhode Island Red, Plymouth Rock, New Hampshire, Sussex, Orpington, Brahma, Cochin, Gigante de Jersey, Bantam Japonesas, Turken Transilvânia, Cornish, Shamo, Asil ou Sumatra.

Importância da avicultura

A avicultura desempenha um papel significativo na atividade comercial do produtor rural, como destacado neste artigo sobre raças de galinhas. O consumo de carne de frango e ovos de galinha é intrínseco à cultura gastronômica do Brasil.

Essas criações apresentam uma série de vantagens, permitindo uma produção substancial em áreas de pequeno porte, com uma rápida recuperação do capital investido. Além disso, elas podem ser gerenciadas com mão de obra familiar, fortalecendo ainda mais o seu valor na economia rural.

ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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