Novo levantamento da Forbes revela a robustez do agronegócio brasileiro: as 100 maiores companhias somam quase R$ 1,9 trilhão em receitas, com domínio dos setores de proteína animal e trading no topo da pirâmide
O agronegócio brasileiro reafirma sua posição como motor central da economia nacional, demonstrando resiliência e crescimento mesmo diante de desafios globais. O novo ranking da Forbes das maiores empresas do setor coloca a JBS, dos irmãos Joesley e Wesley Batista, na liderança absoluta, com um faturamento impressionante de R$ 416,85 bilhões.
O levantamento, baseado em indicadores financeiros e na receita líquida anual, não apenas lista os maiores players, mas desenha um mapa estratégico da influência do Brasil na alimentação mundial. Ao todo, as 100 empresas listadas atingiram uma receita combinada de R$ 1,886 trilhão em 2024, um crescimento de 3,3% em relação ao ano anterior (R$ 1,826 trilhão).
O “Clube do Trilhão” e a Concentração de Força
A elite do agronegócio brasileiro mostra uma concentração de força financeira notável. Apenas as 10 primeiras colocadas no ranking foram responsáveis por faturar R$ 1,120 trilhão em 2024. Este grupo seleto registrou um crescimento de 4,16% sobre o ano anterior, superando a média das 100 maiores, o que evidencia a capacidade de escala e eficiência dessas gigantes.
Apesar da robustez financeira, o setor enfrenta seus ciclos. Dados recentes da FGVAgro apontaram que o volume de produção da agroindústria teve uma queda pontual de 2,1% em agosto (na comparação anual), o que torna o desempenho de receita dessas companhias ainda mais relevante, demonstrando gestão eficiente de preços, câmbio e valor agregado.
Diversidade Setorial no Top 100
Embora o topo seja dominado pela proteína animal — com JBS, Marfrig e BRF figurando entre as dez primeiras —, a lista completa das 100 maiores revela a diversidade do agro nacional:
- 21 empresas de Agroenergia;
- 16 de Comércio e Tradings;
- 16 Cooperativas;
- 14 de Alimentos e Bebidas;
- 14 de Proteína Animal;
- 11 de Agroquímicos, Genética e Insumos;
- 8 de Celulose, Madeira e Papel.
Ranking: As 10 Maiores Empresas do Agronegócio Brasileiro
Confira abaixo a análise detalhada das companhias que formam o pelotão de elite do setor em 2024:
1) JBS
Líder global em proteína animal, a companhia dos irmãos Batista não apenas manteve a ponta, mas distanciou-se dos concorrentes com uma receita de R$ 416,85 bilhões. A escala global de suas operações e a diversificação de proteínas e geografias continuam sendo seus principais diferenciais competitivos.
2) Marfrig Global Foods
Garantindo a vice-liderança, a Marfrig registrou R$ 144,15 bilhões em receita. O ano foi marcado por movimentos estratégicos de gestão financeira, com a antecipação do pagamento de quase R$ 5 bilhões em dívidas, encerrando o período com a sétima redução trimestral consecutiva de sua alavancagem.
3) Cargill
A gigante de origem norte-americana fecha o top 3 com R$ 126,4 bilhões. No Brasil, a Cargill consolida sua posição não apenas como uma das maiores em alimentos e bebidas, mas como um player fundamental em infraestrutura logística e energia para o escoamento da safra.
4) Bunge Alimentos
Com raízes holandesas e atuação histórica no Brasil, a Bunge faturou R$ 81,7 bilhões. Sua força reside na integração da cadeia, sendo uma potência na originação de grãos, processamento de soja e trigo, além de sua vasta rede logística.
5) Ambev
Líder do mercado latino-americano de bebidas, a Ambev aparece com R$ 79,74 bilhões. A companhia, nascida da fusão Antarctica-Brahma em 1999, mostra a força da agroindústria de transformação, operando em 18 países e demandando volumes massivos de insumos agrícolas para sua produção.
6) Raízen Energia
Primeira representante pura do setor de agroenergia no top 10, a Raízen registrou R$ 78,45 bilhões. A joint venture se destaca pela diversificação, atuando desde a produção de açúcar e etanol até a ponta final da distribuição de combustíveis e geração de energia renovável.
7) Copersucar
Com receita de R$ 54,08 bilhões, a Copersucar reforça o poder do modelo cooperativista e de ecossistema. Maior comercializadora global de açúcar e etanol, a empresa registrou um crescimento de 23% no volume de moagem na safra 23/24 (acima da média do setor) e um EBITDA superior a R$ 1,1 bilhão, além de expandir para o mercado livre de energia.
8) BRF
Resultado da fusão entre Sadia e Perdigão, a BRF somou R$ 53,62 bilhões em receita. Uma das maiores exportadoras de frango do mundo, a empresa mantém uma estrutura colossal com 35 unidades industriais no Brasil e 16 no exterior, levando mais de 30 marcas para 120 países.
9) Grupo Amaggi
De capital 100% nacional, a Amaggi atingiu R$ 44,87 bilhões. A empresa vai muito além da produção em suas fazendas próprias (1,5 milhão de toneladas de grãos e fibras); ela se destaca pela estratégia integrada de trading, logística e energia. A companhia mantém um investimento médio anual (Capex) de R$ 1,2 bilhão na última década.
10) Louis Dreyfus Company Brasil (LDC)
Fechando o top 10, a francesa LDC, com 82 anos de Brasil, faturou R$ 42,97 bilhões. Atuando fortemente em café, algodão, grãos e oleaginosas, a empresa deu um passo estratégico importante em 2023 ao adquirir a Cacique, assumindo a liderança na exportação de café solúvel no país.
Escrito por Compre Rural
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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