Como Isabela Costa, filha do sertanejo Leonardo, forjou sua carreira começando pelo chão de fábrica e alcançando posições estratégicas de gestão no setor
Em um cenário onde o glamour do sertanejo e a solidez do agronegócio frequentemente se cruzam, a história de Isabela Costa, filha do renomado cantor Leonardo, é notável por uma escolha radical: ela recusou os holofotes para construir uma sólida carreira no agro.
Longe do conforto do estrelato, Isabela se dedicou ao “chão de fábrica”, provando que a paixão pelo campo, herdada de sua família, é a base de sua trajetória profissional, de sua identidade e de sua mensagem como influenciadora.
A raiz caipira e o elo de sangue com o campo

Isabela Costa se apresenta com orgulho como “goiana do Pé-Rachado” e reitera que sua raiz é caipira. Sua conexão com o campo foi forjada desde a infância, passada entre a fazenda do avô materno — um produtor rural de subsistência e criador de gado leiteiro em Jaraguá (GO) — e a propriedade do pai, focada em gado de corte. Ela acompanhou de perto a rotina: da silagem à lida com o rebanho.
Apesar dessa imersão, seguir a carreira no agro não era um plano inicial. A jovem passou por cursos de Nutrição e Administração antes de se graduar em Relações Internacionais. No entanto, o setor a chamou de volta: sua monografia na faculdade foi dedicada aos complexos subsídios do açúcar no comércio entre Brasil e Estados Unidos, um tema diretamente ligado à força brasileira no campo.
O “Não” Essencial: Como o cantor Leonardo moldou a profissional
Ao comunicar ao pai o desejo de abraçar a Agronomia, Isabela encontrou um incentivo, mas com uma condição firme. Quando manifestou o interesse em começar a trabalhar imediatamente na fazenda da família, a resposta de Leonardo foi clara e conservadora: “Peraí, não. Depois [que] tiver seu diploma, a gente conversa.” disse ela em entrevista ao MF Cast.
Isabela reconhece que esse “não” inicial foi crucial para seu amadurecimento. Ele a forçou a buscar autonomia e construir sua própria credibilidade no mercado. “Eu vou me virar, então. Eu vou correr atrás para eu ser uma profissional do Agro,” ela recorda sobre sua decisão, que a impediu de ser “só a Isabela, filha do seu pai”.

A construção da carreira no agro
A primeira experiência profissional de Isabela Costa na carreira no agro foi no modo mais desafiador. Para ingressar no mercado, ela começou como safrista na Monsanto (atual Bayer), em Paracatu (MG), onde atuou por três anos. Suas funções abrangiam o verdadeiro “chão de fábrica”:
- Controle de Qualidade: Debulhar milho e medir umidade dos grãos.
- Serviços Gerais: Limpeza de instalações e atividades diversas, como lidar com sabugos e resíduos.
Essa fase de base, onde ela aprendeu a hierarquia, a organização e a disciplina, foi fundamental: “Foi uma escola muito grande. Se eu não tivesse feito isso, com certeza eu não estaria onde, graças a Deus, eu estou hoje,” declara.
A experiência a credenciou para a posição que ocupa hoje em uma empresa produtora de sementes em Unai (MG). Longe de assinar como engenheira (função que exercerá após a formatura), ela já comanda áreas estratégicas:
- Gestão de Custos: Faz o controle minucioso do estoque de químicos e insumos, uma área de altíssimo custo, onde o litro de certos produtos pode ultrapassar R$ 1.000, demandando detalhismo (característica feminina que ela acredita ser uma vantagem).
- Fiscalização e Burocracia: Realiza inspeção de lavoura, acompanhando técnicos, e elabora toda a documentação necessária para a saída e comercialização das sementes, um processo altamente burocrático e organizado.
Ela atribui grande parte de seu crescimento profissional à mentoria de sua chefe, que é uma das raras produtoras rurais mulheres da região e que demonstrou uma visão de negócios “visionária” ao transformar a fazenda.
O agro em diálogo com o jovem

Conciliando o trabalho, a faculdade de Agronomia e a vida de influenciadora digital, Isabela utiliza suas plataformas para desmistificar o agronegócio e inspirar a próxima geração.
Seu conteúdo foca em mostrar que o Agro é a base de tudo, combatendo a “demonização” midiática do setor. “Tudo vem do agronegócio, sabe? Não é? As coisas não caem do céu,” ela enfatiza, notando o interesse crescente dos jovens na carreira no agro.
Ela faz questão de inspirar as mulheres a ocuparem seus espaços, aconselhando a ser “sem mimimi”: “Eu sempre tento falar: ‘Olha, procura seu espaço, faz seu melhor, estuda, aproveita a faculdade para fazer conexão.’ Se você conseguir fazer um estágio, já faz, que vai ser muito bom pro seu currículo.”
Ao final, Isabela Costa reitera um sentimento comum entre os produtores: a fé. “Você não vê ninguém no agronegócio ateu,” comenta, vendo na capacidade de plantar e colher a manifestação da Mão de Deus. Essa crença, aliada à disciplina do trabalho, moldou a trajetória de Isabela Costa na carreira no agro, transformando a filha do sertanejo em uma voz respeitada e uma profissional em ascensão no campo brasileiro.
Escrito por Compre Rural
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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