Na Índia, o búfalo Pandharpuri chama atenção pelos chifres que podem ultrapassar 1,5 metro e pela resistência em climas áridos, sendo uma das raças leiteiras mais emblemáticas da Ásia.
O búfalo Pandharpuri é uma raça de búfalo aquático nativa das regiões áridas de Maharashtra, no oeste da Índia, especialmente nas localidades de Solapur, Kolhapur, Satara e Sangli. Seu nome vem da cidade de Pandharpur, situada em Solapur, onde a raça é considerada um símbolo de tradição e resistência.
Adaptado ao calor intenso e à escassez de água, o Pandharpuri se consolidou como uma raça de alta rusticidade e excelente capacidade produtiva, mesmo em ambientes desafiadores. Além de fornecer leite rico em proteínas e cálcio, o animal é conhecido mundialmente pelos chifres mais longos entre as raças domésticas, o que o torna uma figura imponente no cenário pecuário asiático.
O que mais chama atenção no Pandharpuri são seus chifres espetaculares, que variam de 60 cm a 1,5 metro de comprimento, podendo em casos extremos alcançar até as patas traseiras. O formato e a curvatura variam, com diferentes estilos reconhecidos pelos criadores locais:
- Toki: o tipo mais comum, com chifres que se curvam para trás, sobem e se torcem para fora.
- Bharkand: chifres curvados e retorcidos, com aspecto mais espiralado.
- Meti: chifres mais planos e retos, que se estendem para trás.
- Ekshing Meti: variação rara do estilo Meti, quase em forma de trompa.
Além do tamanho, os chifres possuem formato de espada, podendo ser pretos ou com coloração avermelhada, resultado de uma tradição local que tinge os chifres com pigmentos naturais.
A pelagem do Pandharpuri é predominantemente preta, com manchas brancas na testa, nas pernas e na ponta da cauda. O corpo é médio e compacto, com peso médio entre 450 e 470 kg, e uma aparência harmoniosa: cabeça longa e estreita, ossos nasais proeminentes e orelhas horizontais. O úbere é bem desenvolvido e em forma de calha, com tetas cilíndricas, características que o favorecem como raça leiteira.
Embora o visual imponente seja sua marca registrada, o búfalo Pandharpuri é valorizado principalmente pela produção de leite. As búfalas têm uma lactação média de 350 dias, com intervalo entre partos de aproximadamente 465 dias.
Em condições normais de manejo e clima seco, a produção diária fica entre 6 e 7 litros de leite, mas em rebanhos bem manejados esse número pode chegar a 15 litros por dia. O leite possui baixo teor de gordura, o que o diferencia de outras raças leiteiras indianas, e tem alto valor nutritivo, especialmente em proteínas e cálcio.
A raça também é conhecida por sua alta capacidade reprodutiva, produzindo um bezerro a cada 12 a 13 meses, o que reforça seu potencial econômico para pequenos e médios produtores.
Criado em regiões onde a temperatura média pode variar de 9°C a 42°C, e com umidade relativa entre 43% e 87%, o Pandharpuri demonstra notável adaptação a condições extremas. Essa resistência o torna ideal para zonas áridas e semiáridas, tanto na Índia quanto em países que enfrentam desafios semelhantes, como partes do Brasil, África e Oriente Médio.
Os búfalos da raça são fortes, dóceis e resistentes a doenças, o que reduz custos de manejo e torna o rebanho mais sustentável. Essas características chamam a atenção de pesquisadores que estudam sua viabilidade genética em cruzamentos com outras raças leiteiras.
Mais do que uma curiosidade regional, o Pandharpuri é um patrimônio genético indiano, com papel importante na diversificação de raças bubalinas e na preservação da variabilidade genética global. Seu potencial para adaptação climática e boa produção de leite fazem dele uma alternativa estratégica para sistemas de produção em ambientes desafiadores.
O interesse internacional pela raça tem crescido, e especialistas em melhoramento animal apontam o Pandharpuri como um dos búfalos mais promissores para projetos de cruzamento voltados à sustentabilidade e resistência ao calor.
O o búfalo Pandharpuri representa a perfeita combinação entre beleza exótica, resistência e produtividade. Com seus chifres lendários e sua vocação leiteira, ele segue como um símbolo de orgulho rural e eficiência genética, mostrando que a tradição e a ciência podem caminhar juntas no desenvolvimento da pecuária mundial.
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