Conheça a surpreendente história do cavalo selvagem brasileiro, um patrimônio genético que enfrenta risco iminente de extinção devido às pressões humanas e à falta de reconhecimento como raça.
No Brasil, em meio às savanas do estado de Roraima, vive uma das raras populações de cavalos selvagens do mundo: os cavalos lavradeiros. Esses animais habitam as regiões do Lavrado, um ecossistema característico do nordeste do estado, abrangendo os municípios de Amajari, Uiramutã, Normandia e Pacaraima. Descendentes de cavalos domésticos que fugiram de colonizadores portugueses e espanhóis no século XVIII, os lavradeiros se adaptaram à vida selvagem, sobrevivendo graças à seleção natural.
Com mais de 200 anos de adaptação às duras condições do Lavrado – alimentação pobre em nutrientes, secas prolongadas e isolamento geográfico –, os cavalos lavradeiros desenvolveram características únicas. São animais de pequeno a médio porte, com altura da cernelha variando entre 1,30 a 1,48 metros nos machos (média de 1,37 metros) e 1,25 a 1,45 metros nas fêmeas (média de 1,35 metros). As pelagens predominantes incluem tordilha, castanha, baia e alazã, características que reforçam sua adaptabilidade ao ambiente severo do Lavrado.

Pernas fortes e resistência excepcional, podendo correr a 60 km/h por 30 minutos. Além disso, exibem uma tolerância notável a parasitas e doenças, como a anemia infecciosa. As pelagens predominantes incluem tordilha, castanha, baia e alazã, características que reforçam sua adaptabilidade ao ambiente severo do Lavrado.
Durante a época da seca, os lavradeiros percorrem longas distâncias em busca de água. Na temporada de chuvas, podem permanecer até quatro meses com os cascos submersos. Os bandos são liderados por um macho dominante e incluem entre 8 a 10 fêmeas, vivendo em total liberdade e, muitas vezes, sem contato humano ao longo de suas vidas.

Atualmente, a população de cavalos lavradeiros está estimada em apenas 200 exemplares puros, número que vem diminuindo devido às ameaças impostas pela expansão humana. Queimadas, desmatamento e cruzamentos com outras raças são os principais fatores que comprometem a sobrevivência desse patrimônio genético. A falta de reconhecimento oficial como raça também reduz seu valor comercial e a atenção destinada à sua preservação.
Desde 1997, a Embrapa Roraima desenvolve um programa de conservação dos cavalos lavradeiros, monitorando mais de 50 animais. Na Fazenda Resolução, localizada no município de Amajari, mantêm-se 43 exemplares junto com animais de criadores particulares. Além disso, seis garanhões foram transferidos para a Fazenda Água Boa para adaptação e manejo.

Apesar desses esforços, especialistas alertam que a conservação dos lavradeiros exige a criação de um sistema de monitoramento permanente, que assegure o isolamento dos bandos puros e impeça a contaminação genética por cruzamentos com cavalos domésticos.
O desaparecimento do cavalo lavradeiro representaria uma perda irreparável para a biodiversidade brasileira. Com genes moldados pela seleção natural em condições extremas, esses animais possuem grande potencial para programas de melhoramento genético. Porém, o imediatismo histórico de produtores em buscar cavalos mais produtivos tem comprometido a permanência dessa espécie selvagem.
Embora utilizados em fazendas tradicionais para o manejo de gado, os lavradeiros ainda não são valorizados como um recurso genético e cultural brasileiro. Sua preservação requer não apenas políticas públicas, mas também maior conscientização sobre a importância de proteger esse símbolo de resistência e adaptação ao meio ambiente.
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