Com uma história que remonta ao período colonial, o cavalo Marajoara é símbolo de resistência, versatilidade e desafios de preservação.
O cavalo Marajoara, uma raça que carrega a herança da Península Ibérica, é mais do que apenas um equino: é parte da história e da cultura da Ilha de Marajó. A origem desse cavalo remonta ao século XVI, quando animais das raças Árabe e Berbere, que deram origem ao Andaluz — hoje conhecido como Pura Raça Espanhola (PRE) —, chegaram ao Brasil trazidos pelos colonizadores portugueses.
Primeiramente introduzidos para o trabalho nas moendas de cana-de-açúcar em Pernambuco, esses equinos passaram por adaptações e cruzamentos que culminaram no surgimento do cavalo Marajoara.

Adaptação às adversidades da Ilha
A migração dos primeiros cavalos para a Ilha de Marajó se deu como resposta à rápida proliferação desses animais em Belém, que causavam sérios prejuízos às plantações. Na ilha, esses equinos enfrentaram condições extremas, como umidade constante e clima quente, mas adaptaram-se de forma excepcional. No final do século XIX, a população da raça já ultrapassava 1 milhão de cabeças. Essa superpopulação, porém, trouxe novos desafios, incluindo a necessidade de controle por meio de abates, que visavam preservar as pastagens para os bovinos.
Morfologia e aptidão
O cavalo Marajoara é conhecido por sua musculatura bem definida, porte médio e resistência física notável. A altura média varia entre 1,35 m e 1,55 m, com um perfil subconvexo que tende ao retilíneo. Todas as pelagens são aceitas, exceto as albinas e pampa. O trote é característico, com apoio bipedal diagonalizado.

Esses equinos possuem galopes curtos e versatilidade marcante, sendo amplamente utilizados na lida diária com gado e búfalos, em razão de sua agilidade e baixo custo operacional. Além disso, seu temperamento dócil e ativo os torna ideais para atividades turísticas e de lazer, bem como para provas de resistência e corridas.
Desafios e esforços de preservação do cavalo Marajoara

Com o passar do tempo, o cavalo Marajoara enfrentou um processo de descaracterização devido a cruzamentos desordenados com outras raças, como Mangalarga e Quarto de Milha. Isso comprometeu o padrão original, levando a um alerta sobre o risco de extinção. Hoje, são raros os exemplares que seguem o padrão estabelecido pela Associação Brasileira dos Criadores de Cavalos da Raça Marajoara (ABCCRM).
Em 1998, foi criado o Banco Ativo de Germoplasma Animal (BAGAM), coordenado pela Embrapa Amazônia Oriental, em parceria com a SUDAM e a Rede de Recursos Genéticos Animais da Amazônia (GENAMAZ), para promover a conservação genética da raça.
Um patrimônio que precisa de atenção
O cavalo Marajoara é mais do que um símbolo da Ilha de Marajó; é uma peça indispensável para o desenvolvimento rural da região. Sua rusticidade, agilidade e importância cultural merecem esforços contínuos de preservação e valorização. Somente com planejamento genético e ações direcionadas será possível assegurar o futuro dessa raça que, por séculos, foi essencial para a pecuária e a economia local.
Conhecer e valorizar o cavalo Marajoara é preservar uma parte viva da história brasileira.
Quer ficar por dentro do agronegócio brasileiro e receber as principais notícias do setor em primeira mão? Para isso é só entrar em nosso grupo do WhatsApp (clique aqui) ou Telegram (clique aqui). Você também pode assinar nosso feed pelo Google Notícias.
Atividade econômica brasileira contraiu 0,2% em outubro
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) diminuiu 0,2% em relação ao mês anterior, considerando os dados dessazonalizados (ajustados para o período).
Continue Reading Atividade econômica brasileira contraiu 0,2% em outubro
Fundos elevam aposta na alta da soja na semana até 18 de novembro na CBOT
A posição líquida comprada avançou 14,8%, passando de 203.476 lotes em 10 de novembro para 233.477 lotes, um aumento de 30.001 lotes.
Continue Reading Fundos elevam aposta na alta da soja na semana até 18 de novembro na CBOT
Prazo para entrega de relatório Cancro/Greening referente ao segundo semestre vai até 15 de janeiro
O relatório deve ser enviado através do sistema informatizado de Gestão de Defesa Animal e Vegetal (GEDAVE) e deve conter o resultado das vistorias trimestrais.
1ª previsão da Hedgepoint é de safra de café do País de até 74,4 mi/sacas em 2026
A colheita de arábica pode atingir entre 46,5 milhões e 49 milhões de sacas, acima dos 37,7 milhões de sacas projetados para 2025/26.
Continue Reading 1ª previsão da Hedgepoint é de safra de café do País de até 74,4 mi/sacas em 2026
Chãozão, maior plataforma do setor, atrai o agro com mais de R$ 500 bilhões em imóveis rurais anunciados
Plataforma digital criada em Goiânia, Chãozão se consolida como principal vitrine do mercado de imóveis rurais no Brasil, com crescimento acelerado e planos de expansão internacional
Setor leiteiro encerra 2025 defendendo bloqueio às importações de leite para conseguir renda
Gadolando alerta para baixa remuneração, avanço das importações de leite e pede ações urgentes para garantir a sobrevivência do produtor e da atividade em 2026





