Conheça o Pastor Maremano, o cão que enfrenta onças para salvar o rebanho

Com instinto protetor e lealdade, o Pastor Maremano se torna aliado essencial na ovinocultura e na pecuária moderna, garantindo tranquilidade, produtividade e bem-estar ao rebanho.

O Pastor Maremano Abruzês, originário da Itália, é muito mais do que um cão de companhia. Ele carrega séculos de história como protetor nato de ovelhas, desempenhando um papel essencial na segurança e bem-estar dos rebanhos em diferentes regiões do mundo. No Brasil, onde a criação de ovinos ganha cada vez mais espaço, sua presença pode ser a chave para reduzir perdas, otimizar o manejo e garantir tranquilidade ao produtor.

O segredo da eficácia do Maremano está em sua capacidade de se identificar com as ovelhas. Para isso, o filhote deve ser inserido no rebanho logo após o desmame, por volta dos 60 dias de vida. Nesse processo:

  • Isolamento humano: o cão não deve ter contato frequente com pessoas, pois sua ligação precisa ser com o rebanho.
  • Alimentação junto às ovelhas: o ato de comer no mesmo espaço reforça a identidade com os animais.
  • Identificação visual: sua pelagem branca, semelhante à das ovelhas, facilita a integração e intimida predadores.
Filhotes do Pastor Maremano. Foto: Pinterest

Uma vez ambientado, o Pastor Maremano passa a desempenhar funções fundamentais:

  • Guarda: protege as ovelhas contra ataques de onças, javalis e outros predadores.
  • Cuidado com cordeiros: lambe os recém-nascidos, retirando a placenta e afastando urubus.
  • Proteção do perímetro: patrulha a fazenda, mantendo o rebanho seguro em qualquer situação.

O uso desse cão pastor vai muito além da proteção. Ele traz impactos diretos para o manejo e para os custos da atividade:

  • Segurança: diminui drasticamente ataques de predadores.
  • Bem-estar animal: o rebanho pasteja de forma mais tranquila e organizada.
  • Redução de custos: diminui a necessidade de funcionários exclusivamente voltados ao monitoramento das ovelhas.

O Pastor Maremano atual é resultado da fusão de duas antigas linhagens italianas: o Maremano, de pelo mais curto, e o Abruzês, mais robusto e adaptado às montanhas. Em 1950, ambas foram unificadas, formando oficialmente a raça Pastor Maremano Abruzês.

Pastor Maremano vigiando o rebanho. Foto: Divulgação

Sua genética remonta a grandes guardiões europeus, como o Kuvasz e o Komondor (Hungria), o Cão dos Pirineus (França) e raças turcas como o Akbash. Embora difundido na Itália e na Grã-Bretanha, ainda é pouco comum em países da América Latina.

O Maremano é descrito como leal, corajoso e independente. Criado para tomar decisões sozinho, ele não é adepto de treinamentos rígidos de obediência, mas compensa com sua inteligência e instinto protetor. Entre seus traços marcantes estão:

  • Independência: não é excessivamente apegado ao tutor, mas extremamente fiel ao rebanho.
  • Equilíbrio: afetuoso com a família e protetor natural de crianças.
  • Sociabilidade: convive bem com outros cães e animais da fazenda, mas pode ser reservado com estranhos.

Essa raça não se adapta bem a apartamentos. O ideal é que viva em áreas rurais e espaços abertos, como sítios e fazendas. Seu pelo espesso o protege para dormir ao ar livre, mas é essencial oferecer sombra e água em abundância em dias quentes.

Quanto ao porte, os machos variam entre 65 a 73 cm de altura e podem pesar até 45 kg. Já as fêmeas apresentam entre 60 a 68 cm de altura, com peso máximo de 40 kg.

O Pastor Maremano é, portanto, um símbolo da pecuária sustentável e eficiente, pois alia tradição, instinto natural e benefícios práticos ao produtor. Ao defender o rebanho, ele garante mais produtividade e menos preocupações. Afinal, como dizem os criadores italianos, “onde há Maremano, há paz entre as ovelhas”.

Vídeo: Divulgação

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