
Com uma semelhança marcante com o cavalo Frísio, o Pônei Fell combina resistência, temperamento dócil e versatilidade, encantando desde crianças até a realeza britânica.
O Fell Pony, muitas vezes chamado de “mini Friesian” pela semelhança com o cavalo Frísio, é uma das joias da criação nativa da Inglaterra. Originário das paisagens áridas e ventosas do norte do país, especialmente das regiões montanhosas conhecidas como “fells”, este pônei carrega consigo séculos de história, resistência e adaptabilidade. Criado para sobreviver em um ambiente hostil, com alimentação escassa e clima rigoroso, o Fell desenvolveu força, rusticidade e inteligência acima da média, tornando-se um animal extremamente versátil.
As raízes do Fell Pony se entrelaçam com a chegada dos cavalos frísios à Grã-Bretanha durante as invasões romanas, por volta de 55 a.C. Registros indicam que mercenários e legionários trouxeram consigo animais de grande porte, muitos deles garanhões frísios, que foram cruzados com os pôneis nativos da região. Dessa fusão genética nasceram não apenas os Fell Ponies, mas também outras raças emblemáticas, como o Old English Black (absorvido pela raça Shire Horse) e os hoje extintos Galloway e Fen Ponies.
Essa ligação histórica explica a impressionante semelhança física e funcional entre o Fell e o Frísio: ambos compartilham a habilidade para trotar longas distâncias em velocidade constante e exibem a mesma imponência na movimentação. Essas características também influenciaram a criação de outras raças, como o moderno Hackney Pony, conhecido pelos passos elevados e extravagantes.
O Pônei Fell mede aproximadamente 1,42 m na cernelha, embora a média fique em torno de 134,1 cm. Sua conformação equilibra cabeça refinada de pônei, pescoço de bom comprimento e ombros bem inclinados, favorecendo um ótimo encaixe de rédea para o cavaleiro. A estrutura corporal é compacta, com costelas arqueadas, lombo forte e traseira musculosa, o que lhe confere potência e agilidade.

Os membros são robustos, com ossatura consistente e cascos duros de coloração característica, conhecida como “chifre azul”. A pelagem costuma ser preta, mas também há exemplares baios, marrons e cinzas; a variedade pinto é registrada na Seção X. Marcas brancas discretas são aceitáveis, especialmente na face e membros traseiros. A crina e a cauda são longas e fartas, enquanto a plumagem nas pernas é reta e sedosa, lembrando a elegância do Frísio.
O temperamento dócil é uma das maiores virtudes da raça do Pônei Fell. Inteligente, corajoso e atento, o Fell Pony raramente se assusta com estímulos que assustariam outros cavalos, embora a personalidade possa variar conforme o treinamento. Sua resistência física e passada confortável o tornam ideal para longos dias de cavalgada.

Essas qualidades o colocam como excelente cavalo de família. Ele é bastante usado em programas de equitação terapêutica por seu comportamento previsível e confiável. Ao contrário de outros pôneis de porte similar, é suficientemente forte para carregar cavaleiros adultos, mantendo a docilidade necessária para iniciantes e crianças.
Historicamente, os Fell Ponies eram utilizados como animais de carga no transporte de carvão, mercadorias e até correspondências pelas rotas montanhosas do norte inglês. Com o declínio dessa função, ganharam espaço como montarias para lazer, competições de baixo nível e direção recreativa.
A Rainha Elizabeth II foi uma das mais ilustres admiradoras da raça, possuindo e montando Fell Ponies até bem depois dos 90 anos. A presença desses pôneis na realeza britânica ajudou a consolidar seu prestígio mundial.

Apesar da saúde geralmente robusta, a raça é suscetível à Síndrome de Imunodeficiência do Potro (FPS), uma condição genética que compromete o sistema imunológico de potros afetados. Felizmente, testes genéticos e manejo reprodutivo responsável permitem prevenir a ocorrência dessa doença.
Hoje, o Fell Pony é visto em diversas modalidades, incluindo:
- Adestramento
- Concurso Completo de Equitação
- Saltos
- Equitação de caçador
- Direção recreativa
Sua combinação de beleza, força e temperamento equilibrado mantém viva a tradição dessa raça rara, que carrega em cada passada a história de séculos de evolução, adaptabilidade e parceria com o ser humano.
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