Conheça os municípios com maior rebanho bovino do Brasil; ranking revela mudanças

São Félix do Xingu mantém a liderança entre os municípios com maior rebanho bovino do Brasil, mas avanço da pecuária em outras regiões mostra novos polos de crescimento

O Brasil fechou 2024 com um rebanho bovino de 238,2 milhões de cabeças, o segundo maior da série histórica do IBGE, apesar de uma queda de 0,2% em relação a 2023. O número evidencia a robustez da pecuária de corte e leite no país, setor que continua sendo um dos pilares do agronegócio brasileiro, tanto no abastecimento interno quanto nas exportações.

Força econômica do rebanho nacional

O rebanho bovino brasileiro é responsável por uma cadeia que movimenta bilhões e sustenta milhões de empregos. Em 2024, o setor registrou recorde de abate de bovinos, com 39,7 milhões de cabeças inspecionadas, puxado principalmente pelo aumento do abate de fêmeas e de animais mais jovens, como novilhas. Além disso, as exportações de carne bovina in natura cresceram 22,8% em volume e 26,9% em faturamento, consolidando o Brasil como líder global no mercado de proteína animal.

Esse cenário também dialoga com a pecuária leiteira: mesmo com o menor número de vacas ordenhadas desde 1980 (15,1 milhões), a produção bateu recorde de 35,7 bilhões de litros, mostrando o avanço da produtividade e o impacto direto da genética, manejo e tecnologia aplicados nas fazendas.

Ranking dos 10 maiores municípios com maior rebanho bovino do Brasil

Entre os 5.537 municípios com criação de bovinos, São Félix do Xingu (PA) segue como líder absoluto, com 2,5 milhões de animais, equivalente a 1,1% de todo o rebanho nacional. Em seguida aparecem polos estratégicos da pecuária, sobretudo no Centro-Oeste e Norte.

Aqui estão os dez maiores municípios em efetivo bovino em 2024:

PosiçãoMunicípio (UF)Rebanho estimado (cabeças)
São Félix do Xingu (PA)2,5 milhões
Corumbá (MS)2,2 milhões
Porto Velho (RO)1,8 milhão
Cáceres (MT)1,4 milhão
Marabá (PA)1,3 milhão
Lábrea (AM)1,2 milhão
Vila Bela da Santíssima Trindade (MT)1,1 milhão
Novo Repartimento (PA)1,0 milhão
Rio Branco (AC)950 mil
10ºSantana do Araguaia (PA)920 mil
Fonte: IBGE – Pesquisa da Pecuária Municipal 2024

Esses dez municípios somam juntos mais de 13 milhões de animais, número que corresponde a 5,5% de todo o rebanho do país.

Impactos regionais e perspectivas

O Centro-Oeste ainda concentra a maior parte do efetivo nacional (31,4%), mas foi a região Norte que mais cresceu em 2024, com aumento de 2,4% no rebanho, alcançando 64,5 milhões de cabeças. Isso reforça a expansão da pecuária em áreas amazônicas e ribeirinhas, impulsionada por disponibilidade de terras e abertura de novas frentes produtivas.

Já o Sudeste e o Sul registraram retrações no efetivo bovino pelo segundo ano consecutivo, reflexo de ajustes no ciclo pecuário e do foco crescente em produtividade e integração com lavouras.

Especialistas do setor destacam que o Brasil caminha para um modelo de pecuária mais intensiva e sustentável, em que a expansão do rebanho não depende de abrir novas áreas, mas sim de melhorar o ganho de peso por hectare, reduzir idade de abate e aumentar a eficiência reprodutiva.

ILP, ILPF e IPF: o que são as siglas que revolucionaram a pecuária brasileira?
Foto: https://maranhaohoje.com/

Conexão entre corte e leite

É importante ressaltar que os movimentos da pecuária de corte impactam também a pecuária leiteira. O abate de fêmeas reduz o número de vacas ordenhadas, mas o avanço tecnológico garante produção crescente de leite, como mostra o salto na produtividade média nacional, que chegou a 2.632 litros/vaca/ano, um crescimento de 4,3%.

Esse alinhamento mostra que o futuro do setor dependerá da integração entre carne e leite, do uso de biotecnologia e da adaptação às exigências de sustentabilidade, especialmente diante das pressões internacionais sobre desmatamento e emissões de carbono.

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