Conheça os números das fazendas que são máquinas de colher bezerros

Quais fazendas ganham muito com a cria de bezerro no Brasil; veja também quais são os principais índices que você precisa ficar de olho para alcançar o lucro

A pecuária de corte é uma atividade que não admite mais amadorismo. Há alguns anos atrás era normal as pessoas se aventurarem na atividade com o objetivo de obter lucro e aprender com o andamento da atividade, hoje apenas profissionais que trabalham com administração conseguem um bom retorno financeiro.

E, dentre todas as fases da pecuária, a cria é a fase mais apaixonante da atividade, pois tem o poder de transformação. O zootecnista e mestre em Produção Animal pela Universidade Estadual de Maringá e consultor sênior e coordenador do Instituto Inttegra Métricas Agropecuárias, Antonio Chaker Neto falou ao Giro do Boi sobre dados de fazendas de cria com resultados espetaculares e propriedades com resultados negativos.

antonio chaker guru
Foto: Inttegra

Segundo o especialista, enquanto as fazendas que tiveram prejuízo tiveram 70.9 % de prenhes ou fertilidade, as top rentáveis tiveram 82.8% com potencial de 86.8% de prenhes, diferença grande.

E, tão importante como a fertilidade, vem a taxa de desmame. “Porque não adianta só a vaca ficar prenha, a gente precisa ver quando a vaca chega a desmamar o bezerro. E, olha que interessante, a turma do prejuízo desmamou 66.1% enquanto a turma do lucro desmamou o famoso acima de 75% e potencial de 78.7%. É o que as fazendas melhores em termos de índices puderam entregar, ou seja, não é um cálculo ou estatística apenas, são fazendas que já chegaram e já conquistaram”, disse.

Outro ponto essencial para alcançar ótimos resultados é chegar ao quilo ideal de bezerro desmamado por vaca exposta. Segundo Chaker, o criador precisa se concentrar em desmamar acima de 75% com bezerros de peso médio acima de 200 quilos. Esses quilos totais dividido pelo total de matrizes que entrou em monta geram o quilo do bezerro desmamado por vaca exposta.

“E aqui onde a gente observa a maior oportunidade de todos no Brasil, pois os números das fazendas que a gente acompanha tiveram na média 145 quilos e as top rentáveis que tiveram lucro realmente foi de 164 mais eu tenho uma notícia que preocupa muito na pecuária brasileira, a gente estima que o Brasil desmame 88 quilos de bezerro desmamado só isso. E por isso que a turma fala que cria não dá lucro. E não tem nada a ver com a cria, tem haver com estar abaixo dos 100 quilos de bezerro por vaca, pode ser genética errada, gado doente, período de monta mal feito”, destaca.

Outro índice importante para o pecuarista se atentar é o índice de taxa de aproveitamento de fêmea acima de 18 meses. Nesse índice é avaliado quantas fêmeas existem acima de 18 meses e quantas entraram em monta na propriedade.

“As fazendas do prejuízo tiveram 88% ou seja, elas entraram numa parcela das fêmeas acima de 18 meses, e as top rentáveis tiveram 105% ou seja, incluíram fêmeas abaixo de 18 meses a precocidade é que escancarando o seu potencial de aumento de lucro.E não é só isso, as top rentáveis perdem menos bezerros, e aqui elas perderam 3.2% que foi mortalidade do nascimento ou desmame e do prejuízo 4%.E as melhores perdem 1.8% só em morte de bezerro e chegam a produzir 8.2@ por hectare e gastando quase metade que as não rentáveis”, destaca.

Foto: Fazenda Elge

Visão econômica do pecuarista de cria

  • Top rentáveis 36,4% de margem sobre a venda enquanto a média foi de -11,4%;
  • Taxa interna de retorno top foi de 1,4% enquanto a média de -0,4%;
  • Rentabilidade de capital 12,6% do que vale o rebanho enquanto a média -1%
  • Retorno sobre o investimento operacional de 10% enquanto a média foi de -1,7%;

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