Conhece as raças equinas desenvolvidas no Brasil que você não sabia

A formação das raças equinas brasileiras é resultado da combinação de fatores como o ambiente rural, os desafios do relevo e clima, e as necessidades dos produtores

No vasto território brasileiro, onde o agronegócio desempenha um papel crucial, os cavalos não são apenas símbolos de tradição, mas também ferramentas essenciais no trabalho rural. O que muitos desconhecem é que o Brasil não apenas abriga raças equinas, mas também desenvolveu algumas delas, adaptadas às nossas condições climáticas, geográficas e culturais. Essas raças são fruto de cruzamentos cuidadosos e seleção genética, voltadas para resistência, versatilidade e desempenho nas mais diversas funções rurais e esportivas.

Cavalos com DNA brasileiro: criação moldada pelo campo

A formação das raças equinas brasileiras é resultado da combinação de fatores como o ambiente rural, os desafios do relevo e clima, e as necessidades dos produtores. A seleção genética e a rusticidade foram fundamentais nesse processo, com criadores pioneiros e fazendas tradicionais desempenhando papéis importantes no desenvolvimento dessas raças.

Raças equinas desenvolvidas no Brasil

1. Mangalarga Marchador (MG)

cavalo
Foto: https://sumetal.com.br/

Originária da Comarca do Rio das Mortes, no Sul de Minas Gerais, há cerca de 200 anos, a raça Mangalarga Marchador surgiu do cruzamento de cavalos da raça Alter, trazidos de Portugal, com outros cavalos selecionados por criadores locais. Esses animais se destacam pela marcha macia, rusticidade e docilidade, sendo amplamente utilizados no lazer, cavalgadas, esportes de marcha e trabalho rural. Em 2014, foi oficialmente reconhecida como a raça nacional do Brasil.

2. Mangalarga Paulista (SP)

Foto: https://buyhorses.com.br/

Derivado do Mangalarga Marchador, o Mangalarga Paulista foi desenvolvido no interior de São Paulo. Selecionado para trote e galope, com morfologia refinada, é indicado para cavalgadas, esportes e apresentações.

3. Campolina (MG)

Foto: campolina.org.br

Criada em 1870 por Cassiano Campolina, em Entre Rios de Minas, a raça Campolina surgiu do cruzamento de uma égua chamada Medeia, prenha de um cavalo Andaluz, com outras raças como Anglo-Normando, Puro-sangue Inglês e Mangalarga Marchador. Caracteriza-se pelo porte imponente, marcha confortável e aptidão para longas distâncias. É muito procurada para o uso na lida com o gado pelo seu tamanho e força.

4. Nordestino (Pé-Duro) (NE)

Foto: https://www.pensamentoverde.com.br

Formada no semiárido nordestino, a raça Nordestino descende de cavalos ibéricos trazidos nos séculos XVI e XVII. É um cavalo pequeno, resistente e adaptado às condições áridas da região, sendo utilizado na lida com o gado e transporte em áreas isoladas. Atualmente, esforços estão sendo feitos para a preservação desta raça, considerada um patrimônio genético equino brasileiro.

5. Piquira (SP/MG)

Foto: Divulgação

Reconhecida como a menor raça equina nacional, a Piquira foi desenvolvida a partir de pequenos cavalos usados no interior paulista e sul de Minas Gerais. É excelente para transporte leve, uso infantil e tração leve, destacando-se pela rusticidade e baixo custo de manutenção.

A força do cavalo brasileiro: mais que tradição, uma estratégia de produção

O Brasil possui um rebanho de 5,8 milhões de cavalos, sendo o quarto maior mercado mundial de equinos. O setor movimenta R$ 30 bilhões e gera mais de 3 milhões de empregos, conforme estudo da Escola Superior de Agricultura Luiz Queiroz (ESALQ). As raças nacionais desempenham um papel crucial nesse cenário, contribuindo para exposições, leilões, turismo rural e cavalgadas, além de serem fundamentais na lida com o gado e em atividades esportivas.

Apesar de sua importância, algumas raças enfrentam desafios como cruzamentos descontrolados e perda de material genético. Iniciativas de preservação e programas de registro genealógico são essenciais para manter as características originais dessas raças. Associações de criadores e instituições de pesquisa desempenham papéis fundamentais na promoção e conservação das raças equinas brasileiras.

As raças equinas desenvolvidas no Brasil são um patrimônio genético e cultural que reflete a diversidade e a riqueza do nosso país. Conhecê-las e valorizá-las é essencial.

Escrito por Compre Rural

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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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