A AgriZone, também conhecida como Casa da Agricultura Sustentável, é um espaço interativo que evidencia como a ciência brasileira tem contribuído para um campo mais resiliente e inclusivo.
Resiliência diante das condições desfavoráveis de cultivo, como altas temperaturas, escassez hídrica ou excesso de chuvas em curtos períodos, além de atributos relacionados à segurança alimentar e nutricional. Esses são os pontos em comum das tecnologias desenvolvidas pela Embrapa Hortaliças (Brasília – DF) e que estão presentes na AgriZone – área temática dedicada à agricultura e instalada na Embrapa Amazônia Oriental (Belém, PA), durante a COP30. A AgriZone, também conhecida como Casa da Agricultura Sustentável, é um espaço interativo que evidencia como a ciência brasileira tem contribuído para um campo mais resiliente e inclusivo.
Cultivares
No quesito resistência, as cultivares de alface BRS Leila e BRS Mediterrânea são especialmente representativas por possuírem características que permitem lidar melhor com o aumento da temperatura. A BRS Leila apresenta atraso no florescimento, resistindo, em média, dez dias a mais de calor em comparação a outras cultivares. Já a BRS Mediterrânea atinge o ponto de colheita mais rápido, cerca de sete dias antes das cultivares similares disponíveis no mercado. Com ciclo produtivo mais curto, a planta fica menos exposta ao calor e evita o florescimento precoce.
Quando a questão diz respeito à segurança alimentar, a Embrapa Hortaliças apresenta cultivares de batata-doce (hortaliça de grande importância socioeconômica no Brasil) e de Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANCs).
Batata-doce
BRS Cotinga: de polpa roxa, voltada ao processamento industrial. Produtiva e rica em antioxidantes, apresenta características que atendem às principais demandas da indústria de derivados (chips, farinha, fécula, tapioca, xarope de amido etc.), assim como às necessidades dos produtores (formato de raízes, resistência a pragas e doenças, qualidade nutricional, produtividade e precocidade).
BRS Anembé: também de polpa roxa e com dupla aptidão. Possui qualidades relevantes para o mercado in natura, isto é, voltada para preparos culinários como purês, doces e pães — e também para o uso industrial, na forma de chips, farinhas e corantes.
CIP BRS Nuti: de polpa alaranjada, segue igualmente o perfil de dupla aptidão (in natura e industrial). A cultivar biofortificada apresenta alto teor de nutrientes e vem sendo adotada em projetos voltados ao combate à fome em municípios do semiárido brasileiro.
PANCs
Com a segurança alimentar ainda em pauta, as Plantas Alimentícias Não Convencionais vêm ganhando espaço nas discussões. No Brasil, há mais de 350 espécies catalogadas, e o visitante da AgriZone poderá conhecer uma pequena amostra representada pelas espécies de bertalha, vinagreira roxa e vinagreira. A Embrapa Hortaliças está desenvolvendo cultivares dessas espécies com o intuito de disponibilizar, em parceria com a iniciativa privada, mudas e sementes para comercialização. Os visitantes também poderão conhecer a cultivar de ora-pro-nóbis Jesuíta, que está em fase final de desenvolvimento. A Embrapa está em busca de parceiro para a multiplicação e comercialização da cultivar e também para o desenvolvimento de produto alimentício.
O pesquisador Nuno Madeira, responsável pelo trabalho de resgate e promoção das PANCs em diversas regiões do País, estará na AgriZone, no período de 17 a 21 de novembro, apresentando esses materiais que foram escolhidos porque são naturalmente resistentes às altas temperaturas e à umidade, características da região Norte.
Digital
O espaço dedicado para as divulgações em formato digital contemplará o ReAqua, um sistema descentralizado de tratamento de esgoto sanitário e reúso de água para irrigação agrícola. Os pilares são a irrigação por gotejamento e a cobertura do solo por resíduos vegetais ou mulchings plásticos. Além de baixo custo de implementação e operação, o sistema destaca-se pela elevada eficiência na atendendo a padrões internacionais de reúso agrícola irrestrito.
Nos totens disponíveis na AgriZone, o público pode conferir a linha do tempo dos bioinsumos da Embrapa. Desde os anos 1970, a Empresa atua como liderança global no desenvolvimento e inovação em bioinsumos, e mantém um dos maiores bancos e coleções de germoplasma do mundo e desenvolveu tecnologias que marcaram a agricultura brasileira. Estão contemplados nessa linha do tempo bioinsumos desenvolvidos Embrapa Hortaliças. Além do Hortbio®, um biofertilizante sem estercos de qualquer origem em sua composição, estão disponíveis quatro novos bioinsumos em fase de desenvolvimento para prospecção de parceria para o para o codesenvolvimento do ativo, visando à prototipagem e ao escalonamento em ambiente relevante de produção. São eles: O BioSeto20 e BioSeto21 à base de levedura para o controle da raiz rosada (Setophoma terrestris) na cultura do alho. FosPHort Mix e FosPHort Lev compostos por leveduras e bactérias, solubilizador de fosfato e promotor de crescimento de plantas.
Lançamentos
Na tarde desta quinta-feira (13/11), entre as publicações a serem lançadas pela Embrapa está o livro Batata-doce combina com todas as refeições. A obra apresenta receitas utilizando batata-doce com polpa de todas as cores disponíveis no mercado brasileiro. Foram selecionadas receitas doces e salgados para as principais refeições do dia, desde café da manhã até o jantar. Adicionalmente, o leitor encontrará informações sobre como comprar e como conservar as raízes para melhor aproveitar esse alimento.
A Embrapa Hortaliças também contribuiu com a publicação “Ciência para o Clima e Soluções da Agricultura Brasileira: Estratégias, Tecnologias e Indicadores de Adaptação à Mudança Climática e de Controle de Emissões de Gases de Efeito Estufa na Agricultura Tropical” que faz parte dos lançamentos. A obra reúne mais de cinquenta autores da Empresa e sintetiza a contribuição da ciência agrícola brasileira para a agenda climática global e para a produção sustentável de alimentos, com foco em orientar gestores, produtores e pesquisadores comprometidos com a transição para uma economia de baixo carbono.
Já no dia 16 de dezembro, haverá o lançamento do ativo cartográfico “Mapas de Vulnerabilidade Climática para a Cultura da Alface”, elaborados pelo pesquisador Carlos Pacheco, que mapeiam vulnerabilidades na produção de folhosas. Esses estudos integram o conjunto de resultados da Embrapa, representando ativos que retratam diferentes cenários — críticos, médios ou conservadores.
Fonte: Embrapa
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ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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