Curitiba sedia uma das maiores Feiras de Cutelaria da América do Sul

Knife Show Curitiba promete reunir milhares e expor facas que chegam a valer R$ 30 mil

Neste fim de semana, Curitiba será palco de um dos maiores encontros de cutelaria da América do Sul. A capital paranaense recebe a 7ª edição da Knife Show Curitiba, feira que reúne artesãos renomados, colecionadores, compradores e apaixonados por facas artesanais e artigos de corte de alto padrão.

O evento acontece nos dias 5 e 6 de julho, no salão do antigo Cassino Ahú (Rua Brasilino Moura, 474 – bairro Ahú). Com mais de 100 expositores confirmados, o espaço vai reunir desde mestres cuteleiros até fornecedores de insumos, além de apresentar demonstrações de forja ao vivo, palestras e avaliações especializadas de peças.

O ingresso custa R$ 15 para quem seguir o perfil @knifeshowcuritiba nas redes sociais e R$ 20 para os demais visitantes. O estacionamento será gratuito, e a expectativa é de receber entre 3 mil e 4 mil visitantes de todas as regiões do Brasil e até de fora do país.

Desde sua estreia, em 2017, a Knife Show Curitiba já reuniu mais de 20 mil pessoas e movimentou a venda de cerca de 9 mil peças artesanais. O evento também impulsiona encomendas e negociações que seguem mesmo após a feira terminar.

Em 2024, por exemplo, a movimentação financeira da edição anterior impressionou: foram quase R$ 900 mil em vendas durante dois dias. Entre os destaques, uma faca de alto valor artesanal foi vendida a um colecionador estrangeiro por nada menos que R$ 30 mil, reforçando o status dessas peças como verdadeiras joias de aço.

“Cada faca tem alma, história e técnica. Muitos modelos são tratados como obras de arte, feitas com precisão e acabamento impecável”, destaca Marcelo Tokars, organizador da feira.

Com uma variedade superior a mil modelos diferentes de facas, o evento é uma vitrine para o mercado da cutelaria artesanal brasileira — que ganha cada vez mais prestígio internacional.

O que faz uma faca valer até R$ 30 mil? Knife Show Curitiba revela os segredos por trás dessas joias de aço

Muito mais que simples instrumentos de corte, facas artesanais se tornaram objetos de desejo, peças de coleção e até investimentos. No universo da cutelaria, cada detalhe pode influenciar diretamente no valor — e na história — de uma lâmina.

A Knife Show Curitiba, que acontece neste fim de semana (dias 5 e 6 de julho), reúne os maiores nomes da cutelaria nacional e internacional para mostrar ao público o que realmente transforma uma faca em uma obra-prima avaliada em dezenas de milhares de reais.

Materiais nobres, acabamento preciso e a assinatura de um mestre cuteleiro são apenas alguns dos elementos que determinam o preço de uma peça. Aços especiais como damasco, carbono ou inox de alto desempenho, combinados a cabos feitos de madeira estabilizada, micarta, chifre, titânio ou outros insumos raros, compõem a base de facas de alto padrão. A qualidade da execução manual, o equilíbrio entre forma e função, e a exclusividade do design tornam essas facas peças únicas — muitas vezes produzidas em tiragens limitadíssimas ou até mesmo únicas.

Curitiba sedia uma das maiores Feiras de Cutelaria da América do Sul
Foto: Paulo Turossi

A história por trás da lâmina também importa. Facas antigas ou de valor histórico são avaliadas por especialistas com base em critérios como raridade, conservação, procedência e contexto histórico. Algumas peças já foram avaliadas em até R$ 25 mil, como uma faca americana da Guerra Civil trazida por um visitante em edição anterior da feira. Com bainha original e marcas de época, a lâmina estava surpreendentemente bem preservada — um verdadeiro tesouro.

“É fundamental que o item seja trazido como está, mesmo sujo ou oxidado. Limpezas inadequadas podem comprometer o valor da peça”, alerta Marcelo Tokars, organizador do evento.

Mais de mil facas à mostra

A sétima edição da Knife Show contará com mais de mil modelos em exposição, incluindo facas militares, domésticas, de caça, customizadas, punhais, adagas, machados, espadas templárias, navalhas e raridades de diferentes épocas e culturas.

O evento também apresenta uma ampla gama de produtos relacionados, como afiadores, tábuas, espetos, temperos, couros certificados, bainhas artesanais e kits completos para churrasco. Ferramentas, lixas, insumos de forja e até lâminas indígenas estarão disponíveis, atendendo desde o colecionador até o profissional da gastronomia.

Curitiba sedia uma das maiores Feiras de Cutelaria da América do Sul
Foto: Paulo Turossi

Forja ao vivo e palestras

Uma das atrações mais aguardadas são as demonstrações de forja ao vivo, em que mestres transformam blocos de aço incandescente em lâminas de corte precisas diante do público. As apresentações acontecerão no sábado (05), às 14h e 18h, e no domingo (06), às 15h. Só profissionais experientes conduzem o processo, que envolve temperaturas acima de 1000°C, martelos, bigornas e técnicas tradicionais.

O público também poderá assistir palestras sobre afiação correta e manutenção de facas, com dicas práticas para aumentar a durabilidade desses instrumentos.

Uma profissão em ascensão

Mesmo com os avanços tecnológicos, o ofício do cuteleiro — o artesão especializado em instrumentos de corte — segue firme no Brasil. Em todo o país, cerca de 5 mil profissionais atuam no ramo, movimentando entre R$ 10 e R$ 20 milhões por ano, com destaque para os estados do Sul. Só no Paraná, são mais de 200 trabalhadores dedicados à cutelaria, seja profissionalmente ou como atividade complementar.

A produção brasileira, reconhecida pela qualidade e acabamento refinado, já é exportada para mais de 15 países, incluindo Estados Unidos, Canadá, Inglaterra, França e Austrália.

“Muitos ainda começam por hobby, mas acabam transformando a atividade em sustento. Estima-se que mais de 6 mil famílias brasileiras dependam da cutelaria como principal fonte de renda”, revela Tokars.

Público diverso e exigente

Quem consome cutelaria artesanal? A resposta surpreende: médicos, advogados, chefs, caçadores, entusiastas do churrasco, praticantes de hobbies ao ar livre e até escoteiros. A maior parte do público pertence às classes A e B, com predominância de homens e mulheres a partir dos 35 anos. Segundo o organizador, cerca de 70% dos visitantes vêm em grupos ou em caravanas familiares, o que reforça o caráter social e cultural da feira.

Séries de TV e realities gastronômicos contribuíram para popularizar ainda mais o tema. Cuteleiros brasileiros, inclusive, têm se destacado em eventos internacionais como o Blade Show, nos Estados Unidos — o maior do mundo.

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Foto: Paulo Turossi

Nomes consagrados

Nesta edição, a feira recebe mestres da cutelaria como Milton Rodrigues, Silvana Mouzinho e Daniel Jobim, todos reconhecidos nacionalmente pelo talento e pela participação em programas de televisão especializados.

Serviço

Evento: Knife Show Curitiba – 7ª edição
Data: 5 e 6 de julho
Horário: Sábado (10h às 20h) e domingo (10h às 18h)
Local: Rua Brasilino Moura, 474 – Ahú (salão do antigo Cassino Ahú), Curitiba – PR
Ingressos: R$ 15 (para seguidores do @knifeshowcuritiba) e R$ 20 (público geral). Estacionamento gratuito
Mais informações: www.knifeshow.com.br | @knifeshowcuritiba | kscuritiba@gmail.com

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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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