Organização Meteorológica Mundial anuncia que novo episódio de fenômeno La Niña provavelmente terá efeito de resfriamento em temperaturas globais
Como havíamos noticiado aqui previamente, o Fenômeno La Niña diminuirá chuvas até dezembro e colocará a safra brasileira em risco. Um novo episódio do fenômeno meteorológico La Niña está se desenvolvendo no Oceano Pacífico e está previsto para ser de “moderado a forte”, anunciou a Organização Meteorológica Mundial (OMM). O fenômeno, que ocorre naturalmente, causa resfriamento em grande escala na temperatura da superfície do oceano.
Este episódio, previsto para durar até o primeiro trimestre de 2021, provavelmente terá um efeito de resfriamento nas temperaturas globais. O La Niña é descrito como uma das três fases do padrão climático conhecido como El Niño-Oscilação Sul (Enso).
Isso inclui a fase quente chamada El Niño, a fase mais fria (La Niña) e uma fase neutra. O La Niña se desenvolve quando ventos que sopram sobre o Pacífico empurram as águas quentes da superfície para o oeste, em direção à Indonésia.
Em seu lugar, as águas mais frias do oceano profundo sobem à superfície.
Isso causa grandes mudanças climáticas em diferentes partes do mundo.
Normalmente, o La Niña significa que países como a Indonésia e a Austrália devem receber muito mais chuva do que o normal, e uma monção mais ativa no sudeste da Ásia. É provável que ocorram mais tempestades no Canadá e no norte dos EUA, inclusive causando neve. Ao mesmo tempo, os Estados do sul dos EUA podem ser afetados pela seca.
A OMM afirma que há agora cerca de 90% de chance de que as temperaturas do Pacífico tropical permanecerão nos níveis do La Niña até o fim deste ano. Há ainda 55% de chance de que as condições persistam também no primeiro trimestre de 2021.
Embora um evento de La Niña normalmente tenha um efeito de resfriamento no mundo, é improvável que isso tenha muito impacto em 2020.
“O La Niña normalmente tem um efeito de resfriamento nas temperaturas globais, mas isso é compensado pelo calor retido em nossa atmosfera pelos gases do efeito estufa”, disse o professor Petteri Taalas da OMM.
“O ano de 2020, portanto, ainda está a caminho de ser um dos anos mais quentes já registrados e espera-se que 2016-2020 seja o período de cinco anos mais quentes já aferidos”, disse ele.
A OMM afirma que está anunciando o La Niña agora para dar aos governos a oportunidade de começar um planejamento em áreas-chave, como gestão de desastres e agricultura.
Um aspecto importante do La Niña é o efeito que ele pode ter no restante da temporada de furacões no Atlântico. Um evento La Niña reduz o cisalhamento do vento, que é a mudança dos ventos entre a superfície e as camadas superiores da atmosfera.