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Fenômeno La Niña diminuirá chuvas até dezembro

La Niña deve provocar chuvas irregulares e abaixo da média; falta de precipitações pode dificultar o início a safra 2020/21, com projeções de níveis históricos a partir de janeiro

A safra 2020/21 começou sob influência da La Niña – fenômeno climático que se caracteriza pelo resfriamento das águas do Oceano Pacífico, o que impacta as condições de tempo do continente. Em consequência disso, as previsões são de que o Paraná tenha chuvas irregulares e abaixo da média até dezembro, o que pode trazer dificuldades para o produtor rural. As informações foram apresentadas em transmissão ao vivo promovida no dia 18 de setembro, com apoio do Sistema FAEP/SENAR-PR.

Ao longo da transmissão, o meteorologista Marco Jusevicius, do Instituto Simepar, apresentou as perspectivas para os próximos seis meses, ressaltando que o Paraná deve estar sob influência da La Niña, mas em fraca intensidade. “Devemos ter uma persistência da La Niña principalmente na primavera e início do verão, entre setembro e dezembro. A partir de então, entra um período de neutralidade climática”, disse o especialista.

A influência da La Niña deve interferir diretamente no volume e na distribuição das chuvas pelo Paraná. Entre outubro e dezembro, o Estado deve passar por uma pequena anomalia negativa de chuvas – ou seja, com os índices de precipitação menores em relação às médias históricas e distribuídas de maneira irregular. A partir de então, devemos passar por um período de transição, em direção à neutralidade climática. Com isso, as chuvas voltam a cair mais regularmente e até com perspectivas de atingirem níveis acima da média.

“Fica um primeiro sinal de que, no início do verão, pode ter uma reversão do quadro de La Niña, com o início de neutralidade, sem dias tão secos e com o retorno gradual da atividade de chuvas. Podemos esperar até chuvas acima da média neste período”, observou Jusevicius.

Boas práticas

O coordenador do Programa Grãos Sustentáveis do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – Iapar-Emater (IDR-Paraná), Edivan Possamai, lembrou que a estiagem é um dos fatores que podem comprometer a produtividade. Na safra 2018/19, em que o Paraná enfrentou escassez de chuvas, a produtividade média foi de 2,9 toneladas por hectare. Na safra seguinte, em que os índices pluviométricos foram satisfatórios, a produtividade ficou na casa dos 3,7 ton por hectare.

Para minimizar os impactos causados pela eventual falta ou excesso de chuvas, o produtor rural pode lançar mão de boas práticas – que foram abordadas na transmissão ao vivo. Uma das orientações é que o agricultor adote uma série de cuidados constantes, como a rotação de cultura, com o objetivo de manter as boas condições do solo e evitar a compactação.

“O solo é o grande regulador de água no sistema de produção agrícola. É como se fosse uma caixa d’água onde a gente vai armazenar água para os períodos de estiagem”, comparou Possamai. “Um solo compactado impede as raízes de descerem ao perfil do solo, sem aproveitar a água armazenada no subsolo. Entre seis e sete dias de estiagem, as plantas já apresentam deficiência. Com um solo bem cuidado, as plantas podem ficar 15 ou mais, sem ter reflexos”, acrescentou.

O especialista também mencionou o Manejo Integrado de Pragas (MIP), conjunto de práticas de monitoramento da lavoura. Com o MIP, o produtor utiliza inimigos naturais (como insetos, aracnídeos, etc.) para combater as pragas. Com isso, além de ter uma produção mais sustentável, o agricultor consegue economizar, reduzindo o número de aplicação de defensivos. Hoje, as áreas cultivadas de modo convencional no Paraná demandam uma média de 3,9 aplicações. Nas lavouras em que os produtores recorrem ao MIP, a média é de 1,9 aplicação, uma economia de 51%.

Como exemplo de agricultor que faz um bom manejo de solo e que aplica MIP com eficácia, o representante do IDR-Paraná mencionou o caso de Laércio Dalla Vecchia, produtor rural de Mangueirinha, região Sudoeste do Paraná, que ganhou o prêmio Desafio CESB de Máxima Produtividade de Soja, promovido pelo Comitê Estratégico Soja Brasil (CESB). O paranaense atingiu a produtividade de 118,8 sacas por hectare: mais que o dobro da média nacional, de 55 sacas por hectare.

Outro programa mencionado foi o Monitoramento Integrado de Doenças (MID), que desenvolve um trabalho preventivo de controle da ferrugem asiática da soja. Hoje, há 250 coletores de esporos da praga, instalados em regiões produtivas do Paraná. Por meio desse sistema, é possível que o agricultor esteja sempre um passo à frente. “Quando se detecta que há esporos no coletor, dá-se um sinal para o produtor, que é o melhor momento para fazer o controle”, apontou Possamai.

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