Diversos casos de Mormo em equinos assustam entidades no Sul

Em nota informativa entidades manifestaram a preocupação com os desdobramentos ocorridos em diversos casos de equinos positivos para o Mormo

A Comissão de Saúde Única do CRMV-RS, juntamente com o Programa de Sanidade Equídea da SEAPI e do SISA/DDA/SFA-RS manifestam preocupação com os desdobramentos ocorridos em diversos casos de equinos positivos para o Mormo no estado do Rio Grande do Sul.

O Mormo é uma enfermidade infecciosa, de caráter agudo ou crônico, causado pela bactéria Burkholderia mallei que afeta principalmente os equídeos, podendo acometer os seres humanos (sendo altamente letal), os carnívoros e eventualmente pequenos ruminantes.

Os sinais clínicos nos equinos incluem febre, tosse e corrimento nasal (purulento que evolui para sanguinolento), além de prostração e dispnéia. Na fase final da doença, a broncopneumonia leva o animal à morte por insuficiência respiratória. Muitos animais apresentam-se como PORTADORES ASSINTOMÁTICOS, se caracterizando como potenciais reservatórios para a doença, podendo disseminar a enfermidade para outros animais, incluindo os seres humanos.

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) recomenda como métodos de diagnóstico oficial de Mormo:

  • triagem: teste de Fixação do Complemento (FC) ou teste de ELISA, realizados em laboratórios credenciados;
  • confirmatório e definitivo: exame Western-Blotting (WB), realizado somente pelos laboratórios do Serviço Veterinário Oficial (SVO) LFDA/PE ou LFDA/RS.

É obrigatório o exame NEGATIVO para Mormo, tanto para o trânsito quanto para a participação em eventos de equinos, conforme a Instrução Normativa nº 06 de 2018, do Programa Nacional de Sanidade de Equídeos. Além disso, diante da ausência de tratamento e de vacinas eficazes à prevenção desta doença, o sacrifício dos animais positivos é preconizado, uma vez que a doença pode ser transmitida pelo contato direto com secreções e úlceras cutâneas de animais doentes, bem como através de fômites, tanto aos humanos, quanto para outros animais.

Os países que erradicaram o Mormo de seus plantéis, como Alemanha, Inglaterra e Estados Unidos da América adotaram medidas similares de testagem e sacrifício de animais positivos, em consonância com as recomendações da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA).

Reiteramos que as técnicas de diagnóstico oficial são confiáveis e recomendadas pela OMSA e que não há evidências científicas de que existam outros testes para diagnóstico mais sensíveis ou tratamentos eficazes para eliminar o Mormo, então as estratégias de testagem e sacrifício dos animais positivos são os mecanismos vigentes para conter a disseminação desta doença, que é uma zoonose importante e pode ser fatal ao acometer seres humanos.

Este documento reitera a importância ao atendimento dos dispositivos legais existentes, reforçando aos proprietários de equinos e aos colegas médicos veterinários que somente animais testados conforme o preconizado, com resultado negativo, frequentem as aglomerações como feiras, exposições e rodeios.

O cumprimento dessas medidas visa manter a sanidade dos participantes de eventos, bem como evitar a contaminação de pessoas e do meio ambiente, contribuindo ativamente com o conceito de Saúde Única e seus objetivos.

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