Os biocombustíveis fazem parte dessa transformação, mostrando que é possível produzir de forma limpa e renovável.
Falar em futuro sustentável é falar em novas fontes de energia. Os biocombustíveis fazem parte dessa transformação, mostrando que é possível produzir de forma limpa e renovável. Eles nascem no campo, em culturas como cana-de-açúcar e canola, que podem ser plantadas e colhidas em ciclos que combinam produtividade e regeneração do solo.
Durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), em Belém (PA), o Grupo UPL – fornecedor global de soluções agrícolas sustentáveis – tem destacado, por meio da campanha #AFarmerCan, como agricultores estão liderando essa transição. Isso coloca cada mulher e homem do campo como protagonista da mudança energética, com as colheitas rendendo alimentos e combustível renovável, reduzindo a dependência de fontes fósseis e abrindo caminho para um modelo de produção e consumo mais equilibrado.
No Cerrado do Brasil, em Tangará da Serra (MT), Bruno Franciosi está trabalhando para transformar desafios em oportunidades ao introduzir em suas terras a canola, cultura originalmente de clima temperado (com invernos frios e verões moderados). O ganho tem potencial para ser duplo: nova fonte de óleo de alto valor, que pode ser convertido em biocombustível, e um sistema agrícola mais sustentável, com rotação de culturas que melhora o solo, reduz emissões e interrompe ciclos de pragas.
“Quando falamos de agricultura regenerativa e de futuro, os produtores precisam olhar cada vez mais para o uso de bioinsumos, principalmente aqueles voltados ao solo. Esse é o caminho. Precisamos conservar o solo para garantir a sustentabilidade da produção agrícola e usar produtos químicos de forma mais inteligente, reduzindo o uso quando for possível”, comenta Franciosi.
“A história do Bruno mostra que o agricultor pode liderar a transição para uma energia mais sustentável. Ao testar a canola no Cerrado, ele diversificou a produção, reduziu emissões e tornou a propriedade mais preparada para o futuro, com um sistema produtivo mais resiliente e regenerativo”, diz Roberto Marcon, CEO da ORÍGEO, joint venture formada pela Bunge e pela UPL, que oferece soluções sustentáveis e gestão de ponta a ponta para os agricultores.
A ORÍGEO surgiu para simplificar a vida do produtor e acelerar a sustentabilidade no campo. “Nós oferecemos soluções completas desde antes da escolha da semente até o pós-comercialização, conectando agricultores às demandas globais e promovendo práticas regenerativas que fortalecem o legado agrícola. É o caso do produtor Bruno Franciosi, cliente da ORÍGEO, que já colhe resultados ao adotar esse modelo”, explica Marcon.
Segurança energética em pauta
Na COP30, a segurança energética tem um dos temas centrais – em especial na Agrosfera, estande da UPL no evento. O setor brasileiro de biocombustíveis, por exemplo, lançou a “Carta do Acordo de Belém”, propondo quadruplicar a produção e o uso de combustíveis sustentáveis até 2035, em linha com recomendações da Agência Internacional de Energia (IEA). O documento destacou que o mundo está atrasado na descarbonização da mobilidade e que o Brasil, com 50 anos de experiência no etanol e biodiesel, oferece um modelo testado e escalável
Quando se fala sobre biodiesel, a experiência de Bruno Franciosi com a canola ganha ainda mais relevância. Assim como a soja de baixo carbono, uma das matérias-primas para o SAF (sigla para Sustainable Aviation Fuel, que em português significa “combustível sustentável de aviação”), a canola também é uma oleaginosa com alto potencial para abastecer a aviação com combustível sustentável.
“Ao investir na adaptação da cultura ao clima tropical, os agricultores podem diversificar a produção agrícola e abrirem caminho para que o Brasil amplie sua oferta de matérias-primas para o SAF”, comenta o CEO da ORÍGEO. “O agronegócio ganhou mais peso e precisa ser reconhecido como parte da solução climática, e não apenas como fonte de emissões. O Brasil é líder em produção de alimentos e energia renovável e deve ser o eixo global da bioeconomia. Essa visão reforça nosso compromisso de colocar o agricultor no centro da transição energética e climática.” 
Cana indiana
Os bons exemplos não param por aí. Na Índia, onde fica a sede global da UPL, o produtor de cana-de-açúcar Sahdev Shitole enfrentava perda de produtividade, comum entre pequenos agricultores. Ao substituir práticas convencionais por técnicas modernas e soluções biológicas, como as oferecidas pelo Pronutiva – programa exclusivo da UPL que integra biossoluções naturais (bioproteção, bioestimulantes e bionutrição) com produtos convencionais de proteção de culturas –, sua produtividade saltou de 74 para 88 toneladas por área.
Além de adotar práticas modernas, Sahdev faz parte de um movimento crescente de agricultores que substituem gradualmente os insumos químicos tradicionais por novas formulações. Essa transição reduz o uso excessivo de fertilizantes e aumenta a absorção de nutrientes no solo por meio de produtos biológicos, fortalecendo a fertilidade e a resiliência da terra. Em sua propriedade, Sahdev utiliza soluções desenvolvidas pela UPL que mantêm os nutrientes disponíveis para as plantas e evitam perdas por lixiviação (deslocamento dos nutrientes para camadas profundas do solo), elevando a produtividade de forma sustentável.
Também na Índia, Ganesh Kudale decidiu abandonar métodos tradicionais e adotar uma abordagem mais sustentável. O agricultor, que seguia o mesmo padrão de cultivo da região, colhia em média 88 toneladas de cana por área plantada. Ao adotar o pacote Pronutiva, passou por transição gradual, substituindo produtos químicos tradicionais por soluções mais sustentáveis. Reduziu o uso de fertilizantes sintéticos, aumentou a absorção de nutrientes com produtos biológicos e buscou alternativas para elevar a eficiência de forma responsável. Como resultado, sua produtividade saltou para 102 toneladas por área plantada, mostrando que é possível produzir mais e, ao mesmo tempo, cuidar do solo.
A Índia é o segundo país que mais produz cana no mundo, ficando atrás apenas do Brasil. Essa potência fez, aliás, com que os governos das duas nações assinassem em julho deste ano um memorando de entendimento que estabelece diretrizes para o desenvolvimento de uma cooperação estratégica que tenha foco em expandir as fontes de energia renovável, a partir de novas tecnologias limpas e políticas públicas bilaterais.
Rogério Castro, CEO da UPL Brasil, afirma: “Histórias como as de Sahdev, Ganesh e tantos outros agricultores mostram que um produtor pode ajudar o mundo a avançar na transição e na segurança energética ao adotar práticas que ampliam a geração de fontes renováveis no campo. Esse é o compromisso global da UPL: apoiar agricultores com inovação e soluções sustentáveis que transformam a produção agrícola em uma aliada estratégica também da energia limpa. Aqui no Brasil, como mostra o caso de Franciosi, nossos importantes parceiros, como a ORÍGEO, nos ajudam a reimaginar a sustentabilidade. Afinal, o esforço em prol do futuro do planeta precisa envolver todos os elos da cadeia de produção. E nós, na UPL, estamos na vanguarda dessa jornada”.

Heróis da Agrosfera
Durante toda a COP30, a UPL apresenta a Agrosfera, seu espaço exclusivo na AgriZone – área do evento criada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). No local, a empresa mostra aos visitantes sua campanha global #AFarmerCan, que dá visibilidade a histórias reais de agricultores que estão transformando a agricultura em uma força positiva para o planeta com inovação e compromisso ambiental. Esses produtores anônimos mostram que é possível reduzir emissões de carbono, regenerar solos, conservar água e proteger a biodiversidade, inspirando o mundo a reconhecer que, se um agricultor pode, toda a sociedade também pode. 
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ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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