Donos da Amazon e Microsoft investem milhões para desenvolver vacina contra metano

vacas-nova-zelandia-metano — Foto: Shutterstock

Iniciativa global para desenvolver a vacina redutora de metano atrai grandes investimentos e ganha apoio de filantropos como Gates e Bezos, os donos da Amazon e Microsoft

Um esforço global para o desenvolvimento de uma vacina redutora de metano está avançando rapidamente, impulsionado pelo interesse de alguns dos maiores filantropos do mundo. Segundo uma publicação do Beef Central, duas das organizações que lideram essa iniciativa são a Gates Foundation e a Bezos Earth Fund, fundação filantrópica de Jeff Bezos, fundador da Amazon. Recentemente, o Bezos Earth Fund anunciou uma bolsa de US$ 9,4 milhões para financiar pesquisas no Reino Unido.

Pesquisas sobre vacinas para reduzir as emissões de metano vêm sendo conduzidas há décadas, com o CSIRO na Austrália iniciando estudos nas décadas de 1980 e 1990, e a Nova Zelândia retomando os trabalhos nas últimas duas décadas.

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No entanto, apesar do progresso, uma vacina eficaz ainda não foi desenvolvida. O crescente interesse no tema, no entanto, tem gerado novos investimentos significativos. A Fundação Gates, por exemplo, financiou uma reunião em Dubai no ano passado que reuniu cerca de 40 partes interessadas.

O Global Methane Hub, que está coordenando a pesquisa sobre a vacina, tem como objetivo identificar lacunas na pesquisa e encontrar maneiras de preenchê-las, com as vacinas sendo uma das principais apostas. De acordo com o professor Paul Wood, da Monash University, consultor do hub, o objetivo é alcançar uma prova de conceito em dois a três anos, com a esperança de reduzir as emissões de metano em 30%.

“O financiamento não vai atrapalhar, esta é uma alta prioridade para nossos financiadores e estas são organizações que querem ver resultados”, destacou o professor Wood. Ele também mencionou que o envolvimento de reguladores e do setor privado, desde o início, é essencial para garantir uma aceitação rápida quando a vacina estiver pronta para ser desenvolvida.

A Nova Zelândia, que enfrenta grandes desafios com as emissões de metano provenientes do gado, está entre os países que mais investem nesse tipo de pesquisa. Além disso, o Global Methane Pledge, assinado por mais de 120 países, incluindo a Austrália, visa reduzir o metano, de combustíveis fósseis e do gado, em 30% entre 2020 e 2030.

A vacina, caso desenvolvida com sucesso, seria uma das intervenções mais práticas para reduzir as emissões de metano em diversas espécies, como cabras, ovelhas e búfalos. Para os produtores rurais, que não podem simplesmente arcar com os custos da redução das emissões, o professor Wood ressalta a necessidade de mecanismos de incentivo, como programas de maior valor para produtos ou participação no mercado de carbono.

Este esforço global, conforme apontado pela publicação do Beef Central, está no centro das discussões sobre sustentabilidade e mitigação das mudanças climáticas.

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