Drone russo mata mais de 13.000 porcos em fazenda na Ucrânia; fotos

Ataque aéreo de drone russo mata mais de 13 mil porcos em fazenda na Ucrânia, causa incêndio devastador e faz parte de ofensiva russa contra infraestrutura de energia e gás

Um ataque com drones russos atingiu uma fazenda no nordeste da Ucrânia na madrugada de sexta-feira (3), provocando um incêndio de grandes proporções que matou cerca de 13 mil porcos, segundo autoridades do Serviço Estadual de Emergências do país. O episódio ocorreu na comunidade de Novovodolazka, na região de Kharkiv, uma das áreas mais atacadas desde o início da guerra.

Imagens divulgadas pelas autoridades ucranianas mostram carcaças de porcos empilhadas em galpões parcialmente destruídos e cobertos de cinzas, com tetos desabados e estruturas retorcidas pelo calor. Um funcionário da fazenda ficou ferido durante o ataque.

A dimensão do desastre do drone russo mata mais de 13.000 porcos em fazenda na Ucrânia

De acordo com os serviços de emergência, os animais estavam alojados em oito galpões que somavam mais de 13 mil metros quadrados — todos completamente consumidos pelas chamas. O incêndio durou horas e exigiu a mobilização de dezenas de bombeiros para ser controlado.

A tragédia evidencia mais uma vez que, além das perdas humanas, os animais têm sofrido intensamente com a guerra. Desde 2022, diversos ataques russos já atingiram estábulos, fazendas e até zoológicos na Ucrânia. Em setembro, por exemplo, sete cavalos foram mortos durante um bombardeio que atingiu um clube equestre na região de Kyiv, e em junho, um ataque ao zoológico de Odesa matou um carneiro.

Parte de um ataque coordenado

Segundo informações da Força Aérea Ucraniana, o ataque à fazenda fez parte de uma ofensiva massiva da Rússia contra instalações de gás natural e infraestrutura energética controladas pela Naftogaz Group, empresa estatal ucraniana. Ao todo, 381 drones e 25 mísseis foram lançados contra as regiões de Kharkiv e Poltava, atingindo unidades de extração e processamento de gás, algumas delas com danos críticos. O diretor executivo da Naftogaz, Serhii Koretskyi, classificou o ataque como “terrorismo deliberado contra instalações civis”, sem qualquer finalidade militar.

“Este é mais um ato de maldade russa, destinado apenas a interromper o fornecimento de gás e privar os ucranianos de aquecimento no inverno”, declarou Koretskyi.

O Ministério da Defesa da Rússia, por sua vez, afirmou que a ofensiva mirava infraestruturas do complexo militar-industrial ucraniano e que “todos os alvos designados foram atingidos”, sem mencionar o impacto em propriedades agrícolas.

Viktoriia Yakymenko/Suspilne Ukraine/JSC “UA:PBC”/Global Images Ukraine via Getty Images

O impacto além do campo de batalha

A morte de milhares de animais e a destruição da estrutura agrícola trazem consequências que vão muito além das perdas econômicas. A Ucrânia é um dos principais produtores de proteína animal da Europa Oriental, e episódios como esse afetaram gravemente o abastecimento local e o comércio interno de carnes. O ataque também levanta preocupações quanto à biossegurança, já que a queima de milhares de carcaças pode gerar riscos sanitários significativos e contaminação do solo e da água.

Nos últimos meses, a escalada de ataques a infraestruturas civis e rurais tem sido uma estratégia recorrente da Rússia, que busca enfraquecer a economia ucraniana e pressionar a população civil em meio ao prolongamento da guerra.

Um retrato do sofrimento animal na guerra

Desde o início do conflito, milhares de animais domésticos e de criação foram mortos, abandonados ou feridos em ataques aéreos. Além das fazendas, zoológicos e abrigos também se tornaram alvos indiretos dos bombardeios. As imagens da fazenda em Kharkiv — com filhotes resgatados entre escombros e cinzas — rapidamente se espalharam pelas redes sociais, tornando-se símbolo da destruição e do impacto ambiental e humanitário da guerra.

Cenário do ataque que matou mais de 13 mil porcos na Ucrânia é um retrato brutal da guerra moderna, na qual a destruição se estende ao campo, à natureza e à vida animal. O episódio não apenas revela o sofrimento invisível causado pelo conflito, mas também alerta para a fragilidade das cadeias alimentares e o risco crescente de colapso ambiental e econômico em regiões agrícolas afetadas pela guerra.

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