
Os suspeitos confessaram o esquema criminoso em outras cinco cidades de regiões produtoras do estado; roubos de cargas aumentam no agro
Dois homens foram presos em flagrante nesta segunda-feira (13) pela Polícia Civil, em Sapezal, no noroeste de Mato Grosso, por furto de uma carga de soja e adulteração de sinal identificador de veículo. A Delegacia da Polícia Civil do município foi comunicada sobre a suspeita de que um carregamento de grãos seria desviado. Em diligências, os investigadores localizaram os suspeitos, de 30 e 37 anos, em uma fazenda, com o carregamento de soja em uma carreta.
Com eles foram localizadas quatro placas que a dupla utilizava para colocar nos caminhões carregados e, assim, adulterar a identificação dos veículos e desviar as cargas.
O delegado Heberth Hugo Montenegro explica que a dupla confessou que fez o mesmo esquema criminoso em outras cinco cidades de regiões produtoras do estado.
Os dois motoristas foram encaminhados à delegacia e autuados em flagrante pelos crimes de furto e adulteração de sinal identificador veicular.

Roubos de cargas aumentam no agro
Historicamente líder nos rankings de roubos de cargas, o Sudeste teve, proporcionalmente, menos eventos negativos que estados como Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso, que amargaram aumento de 17% nos roubos, segundo levantamento da Pamcary-GPS.
A explicação está no histórico de prevenção. Como o estado de São Paulo concentra 80% do volume financeiro do mercado de cargas, os projetos de gerenciamento são constantes e levam em consideração informações fundamentais como: histórico profissional (experiência), quantidade de viagens, envolvimento em acidentes, categoria e aptidão da CNH, tipo, ano e modelo do veículo transportador, certificados, cursos de aprimoramento, inclusive MOPP (curso de Movimentação e Operação de Produtos Perigosos).
Para o presidente da CNTA — Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos, Diumar Bueno, a seleção de profissionais e de veículos apropriados para os diversos tipos de carga, retira do caminhoneiro o ônus de ter de fazer altos investimentos em tecnologia de rastreamento e monitoramento.
A entidade, em conjunto com as Federações e Sindicatos de caminhoneiros, criou uma Câmara de Conciliação para analisar os critérios das gerenciadoras de risco. “No passado, houve distorções, que foram completamente sanadas. Hoje a situação é outra, caso não existisse o gerenciamento de riscos, as perdas com os roubos de cargas seriam muito maiores, inviabilizando o transporte das cargas mais visadas e encarecendo demais os produtos ao consumidor final”, completa.