Em Cuiabá, representantes de 20 países debatem mercado global da carne e sustentabilidade

Inovações tecnológicas, geopolítica alimentar e questões científicas e tarifárias do mercado da proteína animal serão temas de discussões.

Com mais de 600 pessoas de cerca de 20 países, o World Meat Congress (Congresso Mundial da Carne) teve sua abertura oficial nesta terça-feira (28), em Cuiabá. O evento, que ocorrerá até a próxima quinta-feira (30), discute as inovações, a geopolítica alimentar e as práticas sustentáveis do mercado mundial da proteína animal.

A conferência reúne líderes globais do mercado da carne, produtores de proteína animal, além de acadêmicos, pesquisadores e representantes governamentais. O Congresso é realizado pelo International Meat Secretariat (IMS) e organizado pelo Instituto Mato-grossense da Carne (Imac).

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O presidente do Instituto Mato-grossense da Carne (Imac), Caio Penido frisou o potencial de Mato Grosso na produção de proteína animal. “O Imac está acostumado a promover a carne de Mato Grosso nas feiras internacionais. Temos aproximadamente 34 milhões de cabeças de gado e vamos mostrar que podemos ajudar o mundo nas crises de segurança alimentar e também de segurança climática. Essa é uma agenda que a gente leva ao mundo, e esses são alguns dos temas que serão tratados aqui no evento”.

Em relação à área comercial do mercado da carne, Penido observou que o Congresso será uma oportunidade para compreender melhor o mercado global da carne. “Temos que entender melhor esse mercado, tanto em um cenário de normalidade, como também em uma situação de crise, como as sanitárias e climáticas.”

Penido acrescentou que a questão ambiental será tratada no evento, onde cada país participante poderá mostrar seus programas de proteção aliados ao crescimento econômico. “Temos aqui uma oportunidade de debater e trocar informações. É um congresso em que podemos entender melhor o que pode atrapalhar o comércio da proteína animal, mas também ver as oportunidades — como podemos trabalhar isso com tecnologia, inovação e sustentabilidade. Também estarão em destaque a importância da proteína animal para a saúde humana e do bem-estar animal nos sistemas produtivos.”

O presidente do Imac destacou ainda que a comunicação do setor deve ser tratada como um dos grandes desafios do congresso. “Precisamos estar informando constantemente o mundo, mas com embasamento científico e com pesquisas de instituições reconhecidas que balizam o nosso desenvolvimento e nossas ações.”

O presidente do IMS, Juan Naón, destacou que questões ambientais, de sustentabilidade, saúde animal, além das políticas, científicas, tarifárias e alfandegárias, estarão no centro do debate durante as palestras e seminários. “Saber se comunicar e como transmitir de modo claro o produto é uma das principais estratégias para superar esses desafios”.

Naón ressaltou que o Congresso também será uma oportunidade para o mercado da carne mostrar ao mundo que o crescimento da produção, garantindo o fornecimento de alimentos, está aliado ao desenvolvimento sustentável. “O sequestro de carbono, que será debatido aqui, vamos mostrar que não faz parte de uma problemática, mas sim de uma solução. Temos programas aqui no Brasil, na Argentina e por toda a América do Sul”, afirmou o presidente do IMS, citando que a qualidade da carne mato-grossense e as práticas sustentáveis adotadas na produção do Estado motivaram a escolha de Cuiabá para sediar o evento.

O vice-governador do Estado, Otaviano Pivetta, ressaltou que o evento é uma oportunidade de mostrar ao mundo que Mato Grosso produz alimentos — em especial a proteína animal — com desenvolvimento sustentável. “Nosso sistema de produção, tanto da agricultura quanto da pecuária, evoluiu muito. Com menos área, aumentamos a produtividade e a qualidade da carne. Mato Grosso tem muito orgulho de sediar um congresso dessa magnitude: é o mundo vindo a Cuiabá para discutir melhores métodos produtivos, com vistas à transparência — e isso tudo Mato Grosso está fazendo com excelência”, destacou.

César Miranda, secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado, citou a dimensão territorial do Estado, com uma economia voltada à produção agropecuária. Ao mesmo tempo, o Estado tem se destacado pelas práticas sustentáveis. “Estamos entre os maiores produtores de alimentos do planeta e, mesmo assim, preservamos 60% do nosso território, sendo que 40% são preservados dentro das propriedades privadas. O produtor mato-grossense cumpre a risca o Código Florestal, conseguimos ser os melhores em produção, enfrentando todos os protocolos ambientais de preservação ambiental e de sanidade animal. Somos um país e estado livres de aftosa sem vacinação, o que nos permitiu abrir novos mercados em 2025”.

A abertura ainda reuniu autoridades de instituições do setor produtivo regional, nacional e internacional, além dos senadores Jayme Campos e Wellington Fagundes, e o deputado estadual Gilberto Cattani, representando a Assembleia Legislativa de Mato Grosso.

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ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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