Embrapa: pegada de carbono de produtos agropecuários em nível municipal

A ferramenta da Embrapa fornece o acesso a informação sobre a pegada de carbono de variados produtos agropecuários, a nova versão traz melhorias e maior precisão.

A Embrapa tornou disponível uma ferramenta online que dá acesso aos dados da pegada de carbono de diversos produtos agropecuários em nível municipal em todo o Brasil. A nova versão do método BRLUC (Brazilian Land Use Change) traz informações mais acuradas sobre o processo de mudança no uso da terra, responsável por 66% das emissões de CO2 no Brasil em 2020, segundo a estatal.

Esse tipo de dado é requerido na maioria dos protocolos internacionais de pegada de carbono. Com a ferramenta, é possível analisar o uso da terra no passado e a diferença de estoque de carbono entre o uso anterior e o atual.

“O ideal nesses estudos é o levantamento de dados em nível de talhão ou de fazenda, mas muitas vezes isso é inviável, seja por falta de informações ou pelos altos custos e tempo envolvidos. O método BRLUC foi desenvolvido para suprir essa necessidade, disponibilizando dados em nível municipal, de forma aberta e em conformidade com os protocolos internacionais”, diz Renan Novaes, analista da Embrapa Meio Ambiente e um dos coautores do método, em nota.

Maior precisão

A nova versão do método, chamada de BRLUC 2.0, traz melhorias que permitem maior precisão nas estimativas de emissões, como o uso de dados de conversão de terras espacialmente explícitos do MapBiomas, estatísticas agrícolas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), estoques de carbono regionalizados de fontes reconhecidas, como IPCC e inventário nacional de gases de efeito estufa e uma abordagem de responsabilidade compartilhada entre as lavouras.

Algumas estimativas, por exemplo, devem ser substituídas. A nova versão associou à agricultura a emissão de 911 Mtons de CO2 em 2019 por mudança no uso da terra, sendo 81% destas relacionadas a pastagens plantadas. As taxas de emissões medidas agora são menores para cana-de-açúcar (97%), milho (38%) e soja (85%).

Fonte: Valor Econômico.
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