
A iniciativa da Brazilian Fish pode transformar o mercado da piscicultura , tornando a tilápia mais acessível aos consumidores e posicionando o Brasil como referência na aplicação de biotecnologia na aquicultura.
A Brazilian Fish, empresa sediada em Santa Fé do Sul, no interior de São Paulo , acaba de desenvolver a primeira tilápia geneticamente editada do Brasil, destacou matéria veiculada pela Forbes Brasil. A inovação, realizada em parceria com o Center for Aquaculture Technologies (CAT), dos Estados Unidos, utiliza a tecnologia de edição gênica para acelerar o melhoramento da espécie, garantindo maior rendimento de filé, menor consumo de ração e redução no tempo de abate.
A iniciativa pode transformar o mercado da piscicultura , tornando a tilápia mais acessível aos consumidores e posicionando o Brasil como referência na aplicação de biotecnologia na aquicultura.
Tecnologia de edição gênica aceleração do melhoramento da tilápia
A Brazilian Fish investiu cerca de R$ 100 milhões no desenvolvimento da super tilápia , com o objetivo de atualização de três características essenciais:
- Maior rendimento de arquivo: de 33% para 42% ;
- Redução do consumo de ração: de 1,5 kg para 1,2 kg de ração por kg de carne ;
- Menor tempo de redução: redução do ciclo de produção de 12 meses para 10 meses.
Com essa tecnologia, a empresa consegue alcançar, em apenas um ano, os avanços que um programa convencional de melhoramento genético levaria 20 anos para obter.
Brazilian Fish: Parceria internacional e impacto no mercado
A Brazilian Fish é uma das três maiores empresas do setor no Brasil, com duas fazendas de criação, unidades frigoríficas, fábricas de ração e processamento de escamas . Atualmente, já exportamos para mercados exigentes, como o Japão.
A parceria com o Center for Aquaculture Technologies (CAT) , sediado em Los Angeles, foi fundamental para viabilizar a edição gênica da tilápia. A tecnologia já é utilizada em outros países para melhoramento genético de bovinos, mas agora está sendo aplicada em larga escala na piscicultura.
Comparação com o melhoramento da carne bovina
A aposta na biotecnologia para acelerar o melhoramento genético da tilápia segue o mesmo caminho trilhado pela pecuária bovina no Brasil , que, com avanços genéticos, consolidou o país como um dos maiores exportadores de carne do mundo.
Antonio Ramon do Amaral Neto, diretor da Brazilian Fish, explica que a empresa quer replicar essa evolução na piscicultura:
“A evolução do nelore nos mostrou como a genética pode aumentar a produtividade e reduzir custos. Agora, estamos aplicando esse conceito à tilápia, tornando-a mais eficiente e acessível “.
Segundo ele, a expectativa é que os primeiros lotes comerciais da super tilápia cheguem ao mercado dentro de 18 a 24 meses , trazendo uma redução de até 25% no preço do produto para o consumidor final.
Regulamentação e segurança
O projeto está em conformidade com as diretrizes da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) , garantindo que o processo respeite padrões rigorosos de segurança e qualidade.
Além disso, a Brazilian Fish já estudou novas aplicações da edição gênica , como o desenvolvimento de tilápias com teores específicos de ômega 6 e variantes com coloração diferenciada para atender a mercados específicos.
A criação da super tilápia geneticamente editada marca um divisor de águas para a piscicultura brasileira . Com maior rendimento, menor custo de produção e acessibilidade ampliada, a Brazilian Fish aposta na biotecnologia para popularizar a tilápia como uma das principais fontes de proteína no mercado global .
Com a expectativa de que o peixe editado chegue ao consumidor em até dois anos , o Brasil dá um passo importante rumo a uma produção mais sustentável, eficiente e competitiva no cenário internacional.