
Com um caixa considerado internamente bem aquém do desejado, a campanha do candidato à reeleição tem intensificado ações junto ao setor.
Empresários do agronegócio, um dos pilares de sustentação do governo Jair Bolsonaro (PL), assumiram a liderança na lista de doações da corrida eleitoral deste ano. Importantes nome do setor já injetaram R$ 13 milhões nas campanhas de candidatos e partidos — em sua maioria, aliados do presidente— segundo levantamento do GLOBO feito com base em contribuições a partir de R$ 500 mil disponíveis no portal DivulgaCand até quinta-feira passada. Executivos do varejo e do setor energético aparecem logo atrás na lista de doações, com R$ 12,9 milhões e R$ 11,6 milhões, respectivamente.
A maior parte da verba do agro nestas eleições está concentrada nas três legendas que compõem a coligação de Bolsonaro: PL, PP e Republicanos. Esses partidos conseguiram, juntos, arrecadar R$ 8,4 milhões do setor.
Um dos valores mais generosos partiu de Odílio Balbinotti Filho, “o rei das sementes”. Filho do ex-deputado federal Odílio Balbinotti e presidente do Grupo Atto Sementes, o empresário doou R$ 1,5 milhão a cinco candidatos — R$ 600 mil somente para o presidente.
Entre os grandes nomes do agronegócio que impulsionaram a campanha de Bolsonaro estão Oscar Luiz Cervi, produtor de soja e dono do grupo Cervi, e Gilson Lari Trennepohl (União), vice-prefeito de Não-Me-Toque (RS) e diretor-presidente da Stara, fabricante de máquinas agrícolas. Eles desembolsaram, respectivamente, R$ 1 milhão e R$ 350 mil a Bolsonaro.
Com um caixa considerado internamente bem aquém do desejado, a campanha do candidato à reeleição tem intensificado ações junto ao setor com o objetivo de levantar mais recursos na reta final do pleito.
No fim de agosto, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), coordenador da campanha, circulou por cidades do Mato Grosso para engajar empresários e produtores desmobilizados diante do mau desempenho do presidente nas pesquisas. Segundo o mais recente Datafolha, divulgado na quinta-feira, Lula segue na liderança com 45% da intenção de votos, contra 33% de Bolsonaro.
Os dois setores tradicionalmente doaram para campanhas, lembra Carazza. Com a proibição da contribuição empresarial, os “CNPJs” foram trocados pelo “CPF” de grandes executivos.
Os interesses empresariais estão concentrados, neste universo, nas políticas públicas do governo, como a agenda de privatizações. Embora seja difícil mensurar o impacto da doação na atuação de candidatos posteriormente eleitos, o especialista afirma que as contribuições ajudam empresários a ter acesso privilegiado ao poder e, por isso, são um investimento interessante.
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