
Para o Brasil, que é uma das potências mundiais na produção e exportação de matérias-primas, pode ser um ótimo negócio, como foi há meio século.
Desde que, em meados do ano passado, a Inv, casa de análise independente, começou a publicar artigos diariamente, coube a mim diversas vezes escrever o texto. Às vezes, falta assunto e é preciso apelar para a criatividade, não raro trazendo à tona episódios antigos.
Em outras, há temas demais em evidência e é necessário optar por um deles, em detrimento dos demais. Hoje, terça-feira, 17 de maio de 2022, sobram assuntos e cada um é mais complexo do que o outro.
A guerra no Leste Europeu está longe de uma solução. Finlândia e Suécia se preparam para entrar para a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte). A Rússia simplesmente não aceita ficar cercada por inimigos potenciais.
Já se afastou na bruma do tempo a época em que era Otan de um lado e Pacto de Varsóvia do outro, tendo como marco divisório o Muro de Berlim. Veio o fim do comunismo e o resto é história. Mudando de assunto, está faltando trigo no mundo.
Pudera. Entre os dez maiores produtores mundiais estão Índia, Rússia e Ucrânia. Os dois últimos estão em guerra, enquanto o primeiro está enfrentando temperaturas acima de 50º. Falta de grãos, e o trigo é um dos mais importantes, junto com o milho e a soja, simplesmente provoca fome, sucedida de revoluções, golpes de estado e outras convulsões.
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Isso desde tempos imemoriais. Mas o problema não se resume a alimentos. Nestes tempos de desglobalização, e de encolhimento do comércio mundial, está faltando óleo diesel logo nos Estados Unidos. Confesso que não sabia que os EUA não eram autossuficientes em derivados de petróleo.
Eles enviam óleo cru para outros países e recebem de volta produtos refinados como o diesel e a gasolina. Como não adianta pôr petróleo bruto nos tanques dos carros e caminhões, o problema está criado. Ontem, por exemplo, o preço da gasolina bateu o maior recorde de todos os tempos.
O mundo está retornando aos anos 1970, a década das commodities. E tudo indica que desta vez a alta dos produtos será mais intensa. Para o Brasil, que é uma das potências mundiais na produção e exportação de matérias-primas, pode ser um ótimo negócio, como foi há meio século, na época do milagre econômico.
Fonte: O Antagonista