Entidades pedem revisão de protocolo para evitar nova ‘vaca loca fake’

Associação Brasileira dos Criadores de Zebu repercute fim do embargo chinês à carne brasileira e reforçou a necessidade de revisão dos protocolos

A Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) comemora, junto aos pecuaristas, o fim do embargo chinês à carne bovina brasileira. O anúncio foi feito pelo Ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Henrique Fávaro, nesta sexta-feira (23), em Pequim.

A China suspendeu as exportações de carne brasileira em fevereiro, quando um caso atípico de Encefalopatia Espongiforme Bovina foi registrado em Marabá, no estado do Pará. A ocorrência resultou na suspensão imediata dos embarques para a China de carne bovina oriunda de todos os estados brasileiros, afetando a cadeia produtiva como um todo. Entitulado, carinhosamente, de ‘vaca louca fake’ a suspensão foi automática e muito criticada por entidades do setor agropecuário.

“A suspensão faz parte do protocolo firmado por Brasil e China. Entretanto, é preciso que o governo reveja os termos, visando reduzir os danos à pecuária e, por consequência, à economia nacional. Um caso atípico como esse, que não representa nenhuma ameaça de contaminação à carne e às pessoas, ocorrido em uma propriedade rural de pequeno porte no Pará, não pode ser motivo de suspensão das exportações de todo o país”, destaca José Roberto Ribas, vice-presidente da Assocon.

A China representa mais de 60% das receitas de exportação de carne brasileira. A ABCZ já havia se posicionado sobre o episódio que colocou em risco a credibilidade e o trabalho da pecuária nacional. No cenário econômico, quanto maior o player, maior a repercussão e queda de preços no mercado do boi gordo. O fim do embargo é importante para a correção dos preços no setor. “O que precisamos é de mecanismos que nos protejam comercialmente”, avaliou o presidente da ABCZ, Gabriel Garcia Cid.

Para o gerente do Departamento Internacional da ABCZ, Juan Lebron, a situação mostra agilidade do Mapa na forma como trata as questões sanitárias. “É um recado que o Brasil passa ao mundo, da agilidade em se posicionar em situações de crise, ao passo que revela a necessidade de revisão de protocolos sanitários para evitar novos acontecimentos”, pontua.

Firmado em 2015, o protocolo entre Brasil e China prevê que, havendo qualquer caso de relevância sanitária, se faz necessário o processo de suspensão automática das exportações ao país asiático. Agora, somente as autoridades chinesas podem suspender o embargo e aceitar que os envios voltem ao ritmo normal.

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