
Medida segue decisão da França e busca conter avanço da dermatite nodular, vírus que afeta bovinos, causa prejuízos econômicos e gera embargos comerciais.
A Espanha decretou a proibição temporária das exportações de gado vivo depois que o país confirmou um surto de dermatite nodular contagiosa em seu território. A medida, anunciada pelo ministro da Agricultura, Luis Planas, busca conter a disseminação do vírus, que já leva países vizinhos, como a França, a adotar restrições semelhantes.
A dermatite nodular contagiosa é uma doença viral transmitida por insetos hematófagos, como mosquitos e moscas. Embora não ofereça risco à saúde humana, a infecção provoca calombos na pele, febre, queda acentuada da produção de leite e lesões que inviabilizam o uso comercial do couro, causando grandes prejuízos econômicos e bloqueios sanitários internacionais.
“O governo decidiu suspender temporariamente as exportações de animais vivos para evitar a propagação da doença; a França fez o mesmo”, declarou Planas à imprensa.
A medida espanhola segue os passos da França, que na última semana barrou a saída de bovinos para exportação e suspendeu eventos com movimentação animal, como touradas e feiras rurais, após confirmar surtos perto da fronteira com a Espanha.
O foco espanhol foi identificado em uma fazenda com 123 novilhas leiteiras próxima a Girona, no nordeste da Catalunha, após três animais apresentarem sinais clínicos no dia 1º de outubro. Protocolos de contenção foram imediatamente acionados, incluindo isolamento da propriedade, rastreabilidade de trânsito animal e comunicação aos parceiros comerciais.
Apesar de não ser zoonose, a doença costuma gerar embargos instantâneos, queda nas exportações, custos de controle e morte de animais em surtos graves. Para países exportadores, como Espanha e França, qualquer interrupção nas vendas externas de gado impacta cadeias inteiras, de produtores e confinamentos a frigoríficos e leilões internacionais.
Autoridades reforçaram que a suspensão é temporária e revisável conforme evoluir a resposta sanitária, mas alertam que o risco de expansão existe, especialmente com a chegada da época mais úmida, que favorece vetores transmissores.
Enquanto isso, o mercado europeu acompanha com atenção: casos na Península Ibérica acendem alerta para uma possível crise sanitária no bloco, com potencial para afetar exportações de carne e genética bovina caso novos focos sejam confirmados.
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