A revolução da pecuária brasileira exige foco na produção de bezerros que atendam às novas demandas de qualidade e sustentabilidade, portanto não é hora de produzir o bezerro que quer, mas sim o padrão de bezerro que o mercado cobiça
A cria é a fase mais desprestigiada da produção de bovinos de corte. Normalmente, o par vaca-bezerro é relegado às piores pastagens. Porém, a pecuária de corte no Brasil enfrenta um período de transformação significativa, com a necessidade de adaptar-se às demandas de um mercado cada vez mais criterioso e exigente. Não se trata mais de produzir o bezerro que o produtor prefere, mas sim aquele padrão de bezerro que o mercado cobiça.
Liliane Suguisawa, diretora da DGT Brasil na época da entrevista em 2022, destaca um dos grandes desafios do setor: a ausência de um sistema de tipificação de carcaças padronizado nos frigoríficos nacionais. “A falta de tipificação contribui para uma grande variabilidade nos bovinos abatidos no país, o que prejudica a uniformidade e a qualidade da carne oferecida,” explica Suguisawa.
No país, ainda há a ausência de um sistema de tipificação nos frigoríficos. E essa ausência faz com que dê uma multiplicação de variabilidade entre os bovinos abatidos no País – volume esse que atingiu o maior patamar da última década. E isso está acontecendo porque a maioria dos pecuaristas está produzindo o que gosta, não o que o mercado quer.
Como o tema central da nossa matéria é determinar o tipo de bezerro que o mercado procura, vamos listar e tentar entender quais seriam os fatores a serem levados pela pecuária de cria na hora de produzir animais para o mercado da recria e terminação.
O mercado busca animais que combinem precocidade de crescimento, acabamento e reprodução, características essenciais para um ciclo de produção mais curto e sustentável. A procura por bezerros de genética superior foi evidente nos últimos leilões da Carpa Serrana, que alcançou um recordes de faturamento, com intensa disputa por bezerros de alta qualidade.
Por sua vez, Ribas, outro consultor do setor, enfatiza a importância do alinhamento entre produção e demanda. “Os pecuaristas precisam entender as exigências do mercado para firmar bons contratos e melhorar suas margens,” diz ele, apontando para a necessidade de uma produção consciente e orientada.
Dessa forma, vamos conseguir emprenhar novilhas aos 14 meses, abater animais antes dos 30 meses de idade com peso ideal e excelente acabamento de carcaça. Entretanto, fatores como o temperamento racial, adaptação a região onde irá ser manejado e padronização do rebanho.
Precisamos, cada vez mais produzir animais sustentáveis, ou seja, redução no tempo de produção destes animais, reduzindo a emissão de carbono, redução no tempo do cocho e entrega de carne premium.

O que o mercado quer?
A maior incidência de bonificações pelo frigorífico dá uma boa ideia no tipo de animal desejado pelo consumidor. A crescente onda de restrições para as bonificações, o pagamento por melhores carcaças e as penalizações que ocorrem no gancho, são apenas repasses da ponta consumidora para que os pecuaristas possam trabalhar o seu sistema de produção dentro da porteira.
A pecuária moderna deve focar não apenas na qualidade genética, mas também em práticas de nutrição de precisão, bem-estar animal e gestão eficiente. A sustentabilidade emerge como um pilar central, com a redução do tempo de produção e consequente diminuição da emissão de carbono.

Ciclo Pecuário em Resumo: O ciclo pecuário refere-se às fases de criação e produção na pecuária, incluindo o nascimento, crescimento e abate dos animais. Este ciclo é influenciado por fatores como genética, alimentação, manejo e condições ambientais, que determinam a eficiência e sustentabilidade da produção.
Em suma, a pecuária de corte brasileira está em um ponto crucial, onde adaptar-se às novas realidades do mercado não é apenas uma opção, mas uma necessidade urgente para garantir competitividade e sustentabilidade no futuro.
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