Estado do Mato Grosso autoriza novamente a utilização do correntão para retirada de vegetação

No vídeo vemos um exemplo do uso do correntão para limpar área de cerrado.

A utilização de correntes presas por tratores, conhecido como ‘correntão’, foi autorizada através da revogação de um artigo pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) no último mês. A técnica, que possibilita a retirada rápida de vegetação nativa, era considerada crime ambiental por lei. A decisão foi publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) em 7 de julho.

“A liberação é importante porque sem o uso do correntão ficaria inviabilizada a abertura e limpeza de áreas em algumas regiões do Estado”, explica Elso Pozzobon, vice-presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja).

liberacao do correntao

Entidades de defesa ao meio ambiente declararam que vão se manifestar contra a mudança na lei. Segundo produtores, a Secretaria de Estado e Meio Ambiente (Sema) já havia manifestado a intenção de anular o artigo e permitir o correntão, mas a ALMT acabou votando o assunto antes.

A Sema informou que com a troca de secretários, a pauta ficou sob responsabilidade da assembleia. Ainda, a secretaria não vai se posicionar sobre o assunto. O projeto foi apresentado pelo deputado Dilmar Dal Bosco (DEM). Na justificativa, o deputado alegou que a administração pública não pode legislar em decreto sobre a tipificação de crimes.

A superintende do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em Mato Grosso, Lívia Karina Passos Martins, declarou que o uso do correntão coloca em risco animais e plantas por ser uma forma muito agressiva de retirada de vegetação. A ferramenta, em poucos minutos, consegue arrancar árvores gigantescas.

“Nela, as pontas de uma corrente de aço reforçado são presas em tratores que arrastam os elos de até 40cm pela área que se pretende desmatar. A utilização do “correntão” é danosa e criminosa tanto do ponto de vista ambiental quanto social, pois possibilita o desmatamento rápido de grandes áreas sem a verificação do que está sendo desmatado e o que pode arrastar no meio do caminho” – Segundo a jornalista Rafaella Lafraia, do Jornal Esquerda Diário

O diretor executivo da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Wellington Andrade, o uso do correntão é uma forma prática de retirar a vegetação. “A gente entende que o melhor modo de supressão de vegetação é o correntão, desde que o produtor cumpra os requisitos que foram determinados pelo órgão ambiental na concessão da licença”, afirmou.

Adaptado de notícia do G1

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